Exposição antinuclear chega à Goiânia para relembrar os 30 anos do Césio-137

A exposição fotográfica Hiroshima Nunca Mais já passou por Angra dos Reis e São Paulo, mostrando as contradições e o enfrentamento ao nuclear no mundo todo

Por Articulação Antinuclear Brasileira

Você sabe qual é a relação entre a tragédia do Césio-137 e o projeto da usina nuclear de Angra 3 ou com a contaminação de águas subterrâneas promovida pela mineração de urânio em Caetité, na Bahia? Embora aparentemente não conectados, esses eventos e atividades são frutos da política nuclear brasileira, cuja gestão e fiscalização ficam a cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) – dos aparelhos radiológicos às usinas nucleares de geração de energia que se abastecem de urânio. A exposição Hiroshima Nunca Mais chega à Goiânia no 30º aniversário da tragédia do Césio-137 para evidenciar essa relação e lembrar que os erros e omissões cometidos pela Cnen em Goiânia, em 1987, repetem-se em outros locais no Brasil. As fotografias ficam expostas do dia 18 de setembro a 21 de outubro, no espaço Culturama, com entrada gratuita.

A exposição que os goianienses conferem a partir do dia 18 nasceu em 2015, em Angra dos Reis, a partir da proposta da Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (Sapê) de trabalhar a temática da luta antinuclear a partir da arte. O ano de 2015 marcou os 70 anos do lançamento das bombas nucleares de Hiroshima e Nagasaki, marco da entrada da humanidade na era nuclear. No ano seguinte, a exposição esteve em cartaz em São Paulo e agora desembarca em Goiânia, para se somar aos eventos que estão relembrando os 30 anos da tragédia do Césio-137.

Através das lentes de Amirtharaj Stephen, Dan Budnik, Elin O’Hara Slavick, Herval Silva, Hiromichi Matsuda, Igor Kostin, James Crnkovich, Jan Smith, Joelma do Couto, Paul Hill-Gibbins, Peter Goin, Rieko Uekama, Robert Del Tredici, Rosane Prado, Vanor Correia e Yoshito Matsushige o espectador é convidado a mergulhar nessa densa temática do nuclear que dialoga diretamente com os efeitos que a radiação causou em Goiânia.

Além do pânico e das mortes causadas pelo Césio, as fotografias retratam o cenário apocalíptico criado pela explosão das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, a devastação ambiental causada pela mineração de urânio no sertão baiano ou a luta de indígenas, quilombolas e sertanejos para impedir a construção de uma usina nuclear nas margens do Rio São Francisco, em Pernambuco. Além destas imagens, a exposição também apresenta um conjunto de cartazes criados entre 1970 e 2010 por movimentos de resistência antinuclear ao redor do mundo.

Serviço

Exposição Hiroshima Nunca Mais

Onde: Espaço Culturama, Galeria Casa Blanca ( Avenida T-8, nº234, Setor Bueno)

Quando: 18/09 à 21/10, seg. a sex.: 14h-22h sáb.: 8h-12h

Entrada Gratuita

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