Filme sobre o povo indígena em Mato Grosso segue para festival em Amsterdã, após prêmio de Melhor Documentário no Festival do Rio
Por Cristiane Fontes, Época
“Por nos abrir os olhos para a luta incansável de um homem em preservar os direitos inalienáveis em um contexto de hostilidade aberta. Por nos dar o privilégio de mostrar pela primeira vez o milagre do olhar inocente de dois homens livres, em um documentário que nos devolve uma imagem própria como um espelho e nos obriga a refletir sobre nossas próprias vidas.” E assim o júri do Festival do Rio anunciou o prêmio de Melhor Documentário a Piripkura. O filme que nos apresenta Pakyî e Tamandua, dois sobreviventes do povo piripkura que, isolados da sociedade, vivem com um facão, um machado cego e uma tocha no noroeste de Mato Grosso, cercados por fazendeiros e madeireiros; Jair Condor, o indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai) que dedica sua vida à proteção dos índios isolados, acompanha os piripkuras desde 1989 e integra a equipe que vem lidando com orçamentos e condições de trabalho cada vez mais precárias; e também a Rita, a terceira sobrevivente piripkura, que, hoje casada com um caripuna, vive em uma aldeia em Rondônia e embarca ocasionalmente em expedições da Funai para monitorar vestígios dos piripkuras na floresta e, assim, reencontrar seu passado. (mais…)