Cinco homens invadem e quebram terreiro de Umbanda em Mário Campos (MG)

Agressores ameaçaram ocupantes com armas e destruíram símbolos religiosos

Raíssa Lopes, Brasil de Fato

Mais um caso grave de intolerância religiosa aconteceu na última semana, desta vez contra um terreiro de Umbanda que atende os municípios de São Joaquim de Bicas e Mário Campos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG).

De acordo com os relatos das vítimas – que terão suas identidades preservadas na reportagem –, na terça-feira (24), cinco homens armados, entre eles um policial aposentado, teriam invadido uma propriedade na cidade de Mário Campos, onde estão localizados uma residência particular, um lar social e o terreiro “Casa Espírita Império dos Orixás de Nossa Senhora da Conceição e São Jorge Guerreiro”.

Lá, eles teriam ofendido e ameaçado os ocupantes, assim como destruído objetos que fazem parte dos cultos religiosos de matriz africana. Não satisfeitos, eles teriam retornado ao local na quarta-feira (25) e também nesta segunda (30) para acabar com o que restava do lugar.

Quem detalha a situação é Makota Celinha, diretora do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab), que é quem está auxiliando as pessoas atingidas e quem pressiona as autoridades para que o caso seja tratado de forma eficiente.

“Eles chamaram a polícia, mas nada foi feito. Pelo contrário, os policiais orientaram as vítimas para que não mexessem com ‘homens perigosos e poderosos’. Os agressores gritavam dizendo que naquela região não ia ter mais macumbeiro e que começariam a construção de uma igreja protestante”, conta Makota.

De acordo com ela, os moradores estão amedrontados e por receio não retornaram à casa. “A situação é muito difícil, a gente não tem mais segurança nenhuma. O Estado é omisso, e como acreditar na polícia e na Justiça?”, questiona.

A denúncia foi formalizada na Secretaria de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac) de Minas Gerais. Segundo a subsecretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Cleide Hilda, os fatos já estão sendo analisados pela ouvidoria.

Edição: Frederico Santana.

Imagem:“A situação é muito difícil, a gente não tem mais segurança nenhuma“, afirma Makota Celinha, diretora do Cenarab / Reprodução

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