PE – Moradores da Ilha de Mercês recorrem ao arcebispo contra milícia que atuaria em Suape

Por Portal FolhaPE*

Moradores da comunidade quilombola Ilha de Mercês, no município de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), recorreram ao arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, contra abusos que eles afirmam sofrer por parte de funcionários do Porto de Suape. O religioso esteve no local na manhã desta quinta-feira (28) e ouviu denúncias de violações dos direitos humanos. A comunidade alega que os seguranças do complexo portuário atuam em regime de milícia e destroem as lavouras, fonte de subsistência dos quilombolas.

Após visitar a Igreja de Nossa Senhora de Mercês, que fica dentro da comunidade, o arcebispo presidiu uma pequena missa sob uma tenda armada em frente à igreja. Após a cerimônia, Dom Fernando deve conversar com os moradores e prosseguir com a visita às demais comunidades na região.

A visita desta quinta é um desdobramento de um encontro de líderes comunitários, ocorrido no dia 5 de dezembro. Conforme reportagem publicada pelo Portal FolhaPE no início de dezembro, há relatos de casos de expulsão de moradores sem mandado judicial, de danos ambientais causados por dragagens, queda do estoque pesqueiro por conta das explosões para a instalação dos estaleiros e da conduta abusiva de seguranças do empreendimento, que atuariam destruindo lavouras, roubando materiais de construção e derrubando casas e muros.

Ação do MPF
Uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal condenou, em outubro de 2016, Suape e a Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH) por danos socioambientais causados pela etapa de dragagem do canal externo e pela localização inadequada de pontos de descarte, realizado dentro do mar e em cima de pesqueiros.

*com informações de Priscilla Costa, da Folha de Pernambuco.

Imagem: Dom Fernando Saburido visita moradores do Quilombo da Mercês. Moradores denunciam uma série de violações de Direitos Humanos – Foto: Rafael Furtado

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