Medalha de ouro nas Olimpíadas de 2016, judoca desabafa no Twitter após ser parada pela polícia militar no Rio de Janeiro
Por Carta Capital
Rafaela Silva, ganhadora da medalha de ouro no Judô nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, desabafou nas redes sociais após ter o táxi em que estava parado pela Polícia Militar durante uma abordagem na noite da quinta-feira 22 na Avenida Brasil.
A campeã olímpica, nascida e criada na Cidade de Deus, acredita que a abordagem foi motivada pelo preconceito. “Todo mundo me olhando, achando que a polícia tinha pego um bandido, mas era apenas eu, tentando chegar em casa”, escreveu no Twitter.
Segundo o relato, Rafaela embarcou em um táxi no aeroporto internacional Tom Jobim e dirigia-se para a sua casa, em Jacarepaguá, na zona oeste, quando o veículo foi parado por policiais militares. Em seguida, um policial armado pediu para que a judoca descesse do carro e interrogou a atleta sobre sua profissão .
Rafaela respondeu que era atleta. Nesse momento, ela foi reconhecida pelo policial, que ainda perguntou onde a judoca morava.
“Na mesma hora o policial baixou a cabeça, entrou na viatura e foi embora. Quando entrei no carro novamente, o taxista falou que a polícia perguntou de onde ele estava vindo e onde ele tinha parado para me pegar. E o taxista respondeu: ‘essa é aquela do judô, peguei no aeroporto’. E a polícia falou: ‘ah tá! Achei que tinha pego na favela'”, escreveu.
Em um vídeo postado no Instagram, ela completou: “Agora preto nem de táxi pode andar que está roubando”.
Em 2012, após ser eliminada das Olímpiadas de Londres, a judoca também foi alvo de racismo ao ser chamada de “macaca”. Na época, ela reagiu à ofensa e discutiu com seguidores no Twitter.
“Chamaram ela de macaca, que tinha de estar na jaula, que ela era uma vergonha e devia voltar rastejando para o Brasil. Não estou justificando, mas explicando”, apontou Rosicleia Campos, técnica da seleção feminina na época, ao portal UOL.
Confira os tweets:
vergonhas do brasil