Nuno Duarte Flores, da empresa Escritório de Arquitetos, com sede na rua 25 de Abril, em Braga, é responsável por um projeto de saneamento básico sustentável, num ‘quilombo’ no interior do estado do Rio de Janeiro, no Brasil, tendo já concluído numa primeira instância o saneamento de uma casa daquela comunidade.
Desta ação surgiu uma parceria com a associação de moradores que consiste na construção de um sistema de saneamento básico sustentável que garantirá a limpeza das linhas de água do Quilombo de Santana.
O projeto chama-se “Limpar Santanta” e consiste na construção de um sistema de saneamento básico sustentável que garantirá a limpeza das linhas de água do Quilombo de Santana para melhorar o atual nível da qualidade de água de consumo da totalidade das suas habitações.
Segundo o arquiteto, que organizou um sistema de angariação de fundos através da internet para desenvolver este projeto, “há a possiblidade de ainda construir uma cozinha comunitária certificada para introduzir a produção alimentar daquele lugar no circuito dos mercados e feiras da região.
Nuno Duarte Flores lembra que “os quilombos eram os territórios dos negros que fugiam à escravatura. E continuam a ser os territórios vivos dos descendentes dessa resistência”.
“A luta pelo direito aos lugares originários ou aos que, entretanto, ocuparam, permite valorizar a cultura afro-brasileira, sendo que para isso não poderão continuar com a infraestrutura, a habitação ou o acesso à terra na situação precária que se encontram actualmente”, refere p arquiteto.
“Esta história permite-me, juntamente com a associação de moradores, utilizar a arquitetura, indo à essência da sua função social, como ferramenta para potenciar e valorizar a cultura afro-brasileira”, frisa Nuno Duarte Flores.
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Imagem: Ao fundo, a Igreja de Santana, comunidade de Santana, em Quatis (RJ) onde, segundo os moradores, o padre não celebra missa por não gostar de negros. Foto: Fábio Motta – Estadão
Enviado para Combate Racismo Ambiental por Alenice Baeta.