Trabalhadores rurais são atacados por jagunços no norte de Minas Gerais

Em nota, o MST manifesta seu pesar e indignação com a situação e exige agilidade do poder público para resolução do caso.

Da Página do MST 

Nesta quinta-feira (08),  trabalhadores e trabalhadoras rurais do Município de Capitão Enéias, Norte de Minas foram atacados por jagunços, quase promovendo mais um massacre no campo. 

Em nota, o MST manifesta seu pesar e indignação com a situação e exige agilidade do poder público para resolução do caso.

“Temos certeza que o extremo à que chegou a situação é a expressão da falta de uma política efetiva para o campo, que atenda a demanda das famílias pobres que buscam na Reforma Agrária um caminho melhor para suas vidas”, ressalta o Movimento em trecho da nota.

Confira abaixo na integra:

Nota de pesar e indignação

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra manifesta sua solidariedade às famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais, que foram vítimas de mais uma tentativa de massacre, neste 8 de março, na região do Município de Capitão Enéias, Norte de Minas. Felizmente os jagunços não ceifaram nenhuma vida, mas seis pessoas estão feridas, um deles em estado grave. Apesar das famílias não estarem organizadas pelo MST, deslocamos uma equipe para acompanhar todo o desenrolar do caso.

O governo de Minas Gerais e a polícia militar reagiram com agilidade, prendendo alguns dos criminosos, incluindo o advogado do ruralista Leonardo Andrade, suposto dono da fazenda Norte América, onde as famílias estavam acampadas. A fama sobre a violência deste latifundiário e seu envolvimento em casos de corrupção, ligados à Ruy Muniz, ex-prefeito de Montes Claros, é amplamente conhecida nas terras mineiras.

Temos certeza que o extremo à que chegou a situação é a expressão da falta de uma política efetiva para o campo, que atenda a demanda das famílias pobres que buscam na Reforma Agrária um caminho melhor para suas vidas.

O aumento avultante da violência no campo é a expressão de medidas catastróficas para o país, que o governo golpista de Michel Temer tem conduzido à revelia da população brasileira. A extinção do Ministério de Desenvolvimento Agrário, a anulação do INCRA, tornando-o uma secretaria fictícia, sem nenhuma capacidade de efetivar políticas, a retirada de direitos condena os trabalhadores e trabalhadoras deste país a viver sob o açoite da violência.

Alertamos que a crise econômica e o índice de desemprego assombroso de 12% só aponta para o crescimento da busca pelo campo. Por isso, é urgente a retomada da consistência das instituições democráticas brasileiras, a reestruturação e efetivação da Reforma Agrária.

Enquanto o latifúndio e o agronegócio fazem guerra, nós queremos terra.
Lutar, construir reforma agrária popular!

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

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