Em Vitória (ES), atingidos pela Samarco são reconhecidos após dois anos do crime

Mais de 500 pescadores de camarão de Vitória (ES) foram reconhecidos como atingidos por perderem sua fonte de renda

No MAB

Atingidos pela Samarco, no Espírito Santo, obtiveram nesta segunda-feira (16) uma conquista histórica. Mais de 500 pescadores camaroeiros da Praia do Suá, em Vitória (ES), foram reconhecidos como atingidos. Após dois anos e cinco meses de muita luta e organização, o Movimento dos Atingidos por Barragens e o Sindicato dos Pescadores pressionaram a Fundação Renova para que garantissem o direito pela perda do trabalho.

A Fundação Renova estava alegando que os pescadores não moravam perto das áreas atingidas e, por isso, não os reconhecia pela perda do trabalho. Nesse processo será reconhecida toda a cadeia pesqueira do camarão sete barbas que atuam na Praia do Suá: donos de embarcações, mestres, pescadores, embarcadores, estivas, soldadores, pintores, entre outros.

“Nosso berçário da produção do camarão sete barbas, camarão branco, pescadinho, entre outros, foi tirado radicalmente do nosso direito de trabalho. Nossa área de pesca está proibida do Sindicato dos Pescadores.

Essa conquista é fruto da luta e da organização do Sindicato dos Pescadores –  SINDIPESMES, Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, além do apoio da Defensoria Pública Estadual e da Colônia Z-5.

 “Hoje fomos reconhecidos como atingidos pela lama da Samarco. Desde 2015 a gente vem sofrendo com isso, sem poder pescar e trabalhar. Temos filhos e fica complicado. Esse reconhecimento foi uma ótima notícia pra nós. Queríamos agradecer a todos que nos ajudaram, ao MAB, e a Defensoria Pública”, disse João Carlos, presidente do SINDIPESMES.

Foi criado um Grupo de Trabalho formado pelos pescadores, órgãos ambientais e ligados à pesca, que nos próximos meses ajudarão a elaborar um processo diferenciado de cadastro e de política indenizatória para essas famílias atingidas.

Imagem: Reprodução do MAB.

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