Integrante do Movimento Rios Vivos, atingido pela hidroelétrica Hidroituango é assassinado na Colômbia

No MAB

Hugo Albeiro George Pérez de 47 anos, foi assassinado por uma arma de fogo ontem, no dia 2 de maio. Hugo integrava a Associação de Vítimas e Atingidos por Megaprojetos (ASVAM) El Aro no município de Ituango, articulada ao Movimento Rios Vivos. O assassinato ocorreu no contexto de mobilização social das comunidades devido á angustia vivida pela população atingida que mora abaixo do muro da barragem de Hidroituango.

No ataque de ontem contra Hugo também foi morto o jovem mototaxista Domar Egidio Zapata George, sobrinho do militante. Hugo deixa uma família grande, de doze filhos. Sua esposa, garimpeira artesanal e agricultora, além de sentir a dor da perda do companheiro, também sofre com a angustia de sustentar a família em meio aos impactos que estão sendo causados com a obra.

Hidroituago é o maior projeto hidroelétrico da história da Colômbia, o processo de instalação dessa obra está marcado por violações de Direitos Humanos, violência e ameaça contra os atingidos que moram próximo da extensão do rio Cauca, no estado de Antioquia, que está secando devido à obra. Os atingidos estão organizados no movimento colombiano de atingidos por barragens, Rios Vivos, lutando em defesa dos direitos e denunciando as gravíssimas violações que vem sendo cometidas, além dos impactos socioambientais a seus territórios e ao sustento das famílias atingidas, que são em sua maioria camponeses, pescadores, garimpeiros artesanais e comunidades tradicionais.

Como Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) do Brasil, expressamos nosso profundo sentimento, nos solidarizamos aos familiares, companheiros e companheiras do Movimento Rios Vivos. Nós somamos e exigimos que:

  1. Seja investigado com toda rigorosidade o assassinato, os autores intelectuais e materiais do crime e que se faça justiça

  2. Se garanta a segurança da família e demais integrantes do Movimento durante o funeral, que será realizado em Puerto Valdivia.

  3. Seja implementado com caráter URGENTE o Plano de Prevenção e Proteção coletiva do Movimento Ríos Vivos Antioquia.

  4. Que se investigue e sejam punidos os responsáveis pelos impactos que hoje sofrem as comunidades pela barragem no Rio Cauca.

  5. Sejam atendidas as famílias atingidas de forma URGENTE, tanto rio abaixo quanto rio acima.

Águas para vida, não para morte!

Foto: Movimento Rios Vivos

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