Contra os desmontes na Reforma Agrária, Sem Terras ocupam INCRA em Aracaju

Os trabalhadores também reivindicam vistoria e desapropriação imediata das áreas em processo para acelerar o assentamento da mais de nove mil famílias acampadas no estado

Por Luiz Fernando
Da Página do MST

Contra todo o desmonte e e paralisação da Reforma Agrária no país, mais de 500 famílias de trabalhadores rurais Sem Terra de Sergipe ocuparam o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na madrugada dessa segunda-feira (4).

No último período foram diversos cortes no orçamento que deixam a Reforma Agrária por um fio, dentre eles; cortes no orçamento para obtenção de terra, cortes na produção de alimentos, sucateamento das autarquias responsáveis pela execução das políticas, como Incra e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), além do loteamento dos cargos nestes órgãos.

Os trabalhadores também reivindicam vistoria e desapropriação imediata das áreas em processo para acelerar o assentamento da mais de nove mil famílias acampadas em Sergipe. Além da liberação e regularização de cestas básicas para as famílias acampadas, bem como a demarcação e parcelamento das áreas já desapropriadas.

Na avaliação de Carlos Alberto, membro da coordenação estadual do MST, as negociações estão sendo positivas.

“Após primeira audiência com o superintendente Gilson do Anjos, novas reuniões ainda irão ocorrer durante a semana com o corpo técnico do Incra, esse é um sinal de que estamos avançando nas negociações”. Ainda segundo Carlos: “os Sem Terra só irão desocupar as instalações do órgão quando todos os compromissos assumidos estiverem assinado em ata e protocolados”.

A ocupação também reivindica a continuidade das ações do programa de Assistência Técnica, Social e Extensão Rural (ATER) que estão paralisadas há quase dois anos. É importante lembrar que a Ater é responsável por organizar a produção elevando a produtividade rural, apoiando a gestão e a qualificação de mais de 300 associações e cooperativas da agricultura familiar em todo o estado.

As medidas tomadas pelo governo Temer não afeta apenas a contratação dos serviços de ATER, também promove um desmonte de estratégias em curso para a inserção da agricultura familiar na comercialização de sua produção, nos mercados institucionais das compras públicas.

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