Editor confirma que se desentendeu com funcionária da Casa dos Desejo, mas nega fala racista
Em O Globo
Diretor da Educ, da PUC-SP, e ex-curador do Prêmio Jabuti, José Luiz Goldfarb, de 61 anos, foi acusado, nesta sexta-feira, de racismo contra Sara Cristina Trajano da Silva, de 24 anos, secretária da editora Patuá, que promove uma série de eventos na Casa dos Desejo, programação paralela na Flip.
Sara e Goldfarb se desentenderam porque o editor queria transferir para o jardim da casa a mesa de debates que mediaria na tarde desta sexta, representando sua editora. Diante da negativa de Sara, ele teria dito a ela: “É por causa de pessoas como você, da cor morena, que o mundo está assim”. Sara foi à 167ª Delegacia de Polícia (Paraty) para fazer o Boletim de Ocorrência.
— Estou extasiada. Eu e minha amiga ficamos sem reação na hora. Ele já vinha sendo muito grosso e ríspido comigo desde terça-feira. Daí ele descontou de forma estudada. Ele chegou a me peitar, a encostar em mim. E disse que por causa de pessoas da minha cor que o mundo está ruim deste jeito — contou.
Autor da editora Patuá, o escritor Charles Marlon diz ter presenciado a cena e confirma o relato de Sara. Ele relata que, apesar da chegada da polícia ao local, o evento foi até o fim.
— A polícia não interrompeu para não causar tumulto. O policial deu risada da Sara, inclusive, como se fosse motivo de piada — disse.
Goldfarb confirma o desentendimento, mas nega as acusações de racismo.
— Disse a ela que não esperava uma atitude tão autoritária dela. E o que falei foi que as pessoas progressistas com atitudes autoritárias estão deixando o mundo do jeito que está. Mas sou a última pessoa que pode ser acusada de racismo. Só estava tentando mudar o lugar da mesa, para mim era algo extremamente simples. Honestamente, minha vontade era me sentar com a Sara e pedir desculpas.
A organização da Flip divulgou comunicado repudiando o fato:
“A Flip repudia todo e qualquer ato de violência, racismo e discriminação e, diante do fato, recomendou aos organizadores da Casa do Desejo que peçam a substituição do representante da editora da PUC-SP em seu espaço. A organização da Festa Literária seguirá no acompanhamento do caso nos próximos dias.”
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José Luiz Goldfarb. Foto: Reprodução Youtube / O Globo
Conheço José Luís Goldfarb há muitos anos… nunca foi racista… é pessoa de alto nivel, generosa… transformar um mal entendido em denúncia de racismo é absurdo…
É por causa de pessoas assim, idiotas, que o racismo continua a se legitimar como comum e válido.
Professores assim nem deveriam existir.