Debate sobre identidade indígena sugere resistência e ressignificação

Professores debateram o reconhecimento étnico e os direitos indígenas

Por Raphael von Sohsten, estudante de Jornalismo, na UFAL

O que é ser índio hoje? Este foi o tema da mesa-redonda Práticas identitárias e ressignificação dos povos indígenas. Com a coordenação do professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Evandro Mendes, a mesa compôs a programação da 70ª Reunião Anual da SBPC.

A professora de literatura e direitos humanos da Universidade de Pernambuco (UPE), Graça Graúna, reforçou o sentido de valorização e respeito para os povos indígenas. “É necessário abordar o ser e estar dos povos indígenas não apenas pelo aspecto do passado, mas incorporar as realidades contemporâneas”, concluiu.

Ao apresentar a trajetória dos povos indígenas em Alagoas, o antropólogo e professor do Centro Universitário Cesmac, Jorge Luiz Vieira, abordou a perseguição e invisibilidade dos índios. “As terras foram tomadas dos índios, de modo que os rituais, costumes, idiomas, as tradições foram colocadas em profundo apagamento na história e no cenário de Alagoas”, afirmou.

Segundo Vieira, a identidade é uma construção política, ou seja, não é uma construção estática, acabada. Na programação da 70ª da SBPC Alagoas o professor lançou o livro Práticas identitárias e ressignificação do universo imaginário dos povos indígenas do Sertão alagoano, resultado de sua tese de doutorado.

“A presença do índio folclorizado não é a mesma presente nas aldeias”, afirmou o professor da Universidade Estadual de Alagoas, José Adelson Lopes. Ele reforçou que as populações indígenas são ignoradas socialmente, nas suas diferenças étnicas, além de sofrer constante discriminação e racismo. “A identidade do índio é o seu costume, através das práticas religiosas”, concluiu.

Mesa sobre identidade indígena, na UFAL. SBPC 2018.

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