CPT realiza mutirão de visitas nas comunidades da região Norte e Centro Oeste da Bahia

Por Tiago Aragão/ Agente da CPT Bahia

Agentes da Comissão Pastoral da Terra (CPT) dos núcleos de Irecê, Ruy Barbosa e Senhor do Bonfim (BA) em parceria com as irmãs da Congregação das Catequistas Franciscanas de Morro do Chapéu, realizaram entre os dias 10 e 13 deste mês, um mutirão de visitas e reuniões nos municípios de Cafarnaum, Mulungú do Morro, Central, Uibaí e Morro do Chapéu.

As comunidades visitadas são tradicionais e de posseiros impactadas e ameaçadas pelos projetos de construção de parques de geração e transmissões de energia eólica e pelos projetos de mineração. Essas atividades impactam o meio ambiente e causam a morte de rios, interferem nas rotas dos pássaros migratórios, entre outras agressões. Em relação a população local, há a interferência também no modo de vida das comunidades e a perda dos territórios. Inclusive, os moradores relataram que as empresas prometem contribuir na melhoria das comunidades, mas no final são elas que perdem, já que o modo de vida é completamente alterado.

As mineradoras e os garimpos extraem recursos que se encontram no solo ou no subsolo, de onde são retirados diferentes minérios, que são indispensáveis para a manutenção da atividade industrial, tendo em vista que produtos como automóveis, máquinas, tratores, cimento, entre outros, são fabricados a partir de matérias-primas vindas dessa extração. Os danos gerados nas áreas onde são desenvolvidas a mineração ou garimpagem são irreversíveis. Além disso, o lucro dessa atividade fica nas mãos de uma minoria e os prejuízos ambientais para toda a população atual e também futura.

A região do Morro do Chapéu, por exemplo, sofre com as degradações ao rio Jacuipe, que nasce na região serrana e percorre 500 km até a sua foz, no rio Paraguaçú ou como é conhecido entre os povos indígenas “Rio Grande”. Esse é o principal rio da Bahia e abastece mais de 86 municípios e cerca de 3 milhões de pessoas da capital, sem contar os povos das comunidades ribeirinhas, tradicionais ou posseiros que vivem deste rio. Todos sofrem com as agressões do agronegócio e os impactos destes grandes projetos, e o Estado age com descaso.

Imagem: Rio Tijuco na Comunidade Açude no município de Mulungù do Morro – Foto: Tiago Aragão/ Agente da CPT Bahia –  núcleo Ruy Barbosa

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