Manifestantes fecham BR 242 na Chapada Diamantina em favor do rio Utinga que seca pela 7ª vez em dois anos

Moradores da Comunidade São José no município de Lençóis (BA), se reuniram na última quinta-feira (18) no leito do rio Utinga para denunciar a morte do rio e os projetos de empresas de monocultura que vem deixando a população sem água e causando as mortes dos animais e dos peixes.

por Tiago Aragão – CPT Bahia

O rio Utinga, de águas cristalinas é, nos dias de hoje, um tesouro ameaçado. Devido ao uso desregrado e insustentável praticado pelo agronegócio, o rio secou pela sétima vez, por mais de 30 dias.  Esse rio é responsável pelo abastecimento de grande parte da população e pelo desenvolvimento econômico, através da agricultura familiar, das cidades de Utinga, Wagner, Lajedinho e Andaraí.

A bacia hidrográfica formada pelo rio Utinga abrange uma área de aproximadamente 3 mil km². Esta área hidrográfica, encravada na porção central do estado da Bahia, constitui um subsistema hidrográfico integrante da bacia do rio Paraguaçu. A palavra Utinga, que em Tupi Guarani, significa “águas claras”, foi dada pelos povos Payayá, tribo indígena que vive às margens do rio e que teria dado origem ao povoamento da região.

A falta de políticas públicas de revitalização e de uso sustentável têm levado ao iminente fim deste e de outros rios do país. Para Erica Oliveira de Lima, de 17 anos e moradora da comunidade, a água é um bem precioso da humanidade. “A água é um direito básico para o ser humano e tem pessoas se apoderando do rio para enriquecer”.

Em Nota, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Estado da Bahia reconheceu a situação crítica da sub-bacia do rio Utinga. Segundo a técnica da Secretaria, Larissa Cayres, ainda vai demorar alguns dias para que a água chegue no baixo curso do rio. “A solução para a crise do rio Utinga passa por uma série de ações como controle da demanda com a lacração de bombas, limpeza do leito de todos rios afluentes, entre outras ações”, informou em entrevista ao jornal A Tarde, do dia 13 de outubro.

O ato encerrou com o fechamento da BR 242 que durou cerca de 40 minutos, e causou uma imensa fila de carros, caminhões e ônibus nos dois sentidos da via que liga a capital baiana a outras regiões.

Foto: Ednaldo Oliveira – CPT Bahia

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.

um × três =