Bolsonaro e Paulo Guedes significam um desastre para o futuro do Brasil, diz Chomsky

Para linguista e intelectual dos EUA, “Bolsonaro é um tipo de homem cruel, brutal, entusiasta defensor da tortura”

Da Prensa Latina, no Diálogos do Sul

O presidente eleito Jair Bolsonaro e seu nomeado ministro de Economia, Paulo Guedes, são um desastre para o futuro de Brasil, afirmou o reconhecido intelectual estadunidense Noam Chomsky.

“Bolsonaro é, definitivamente, um tipo de homem cruel, brutal, entusiasta defensor da tortura”, afirmou Chomsky ao programa televisivo Democracy Now.

“Eles acreditam, assinalou o escritor e linguista, que poderão roubar livremente. Brasil tem uma enorme riqueza e recursos, que ambos estão felizes de ter em suas mãos. Para o futuro do Brasil é um desastre”, ressaltou.

Chomsky estima que Bolsonaro quer deixar o Brasil aberto aos investidores, transformá-lo em uma espécie de caricatura de país,

Bolsonaro e Bolton

Perguntado sobre o recente elogio do assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, ao político de extrema-direita, Chomsky respondeu: “bom, é totalmente natural que Bolton dê as boas-vindas a Bolsonaro”.

O governante eleito “era um pouco crítico da ditadura militar porque que não matou pessoas suficientes. Ele achava que deveria ter matado 30 mil pessoas, como a ditadura argentina, a pior das apoiadas pelos Estados Unidos na América Latina”, assinala o filósofo.

Chomsky estima que Bolsonaro quer deixar o Brasil aberto aos investidores, transformá-lo em uma espécie de caricatura de país, isto inclui a abertura da Amazônia aos seus partidários do agronegócio. E alerta que “é um golpe sério, se não for de fato uma sentença de morte para as espécies, o que significa genocídio virtual para a população indígena que, segundo Bolsonaro, não merecem um centímetro de terra. Ou seja, esse é o tipo de homem que Bolton admirará muito”.

Paulo Guedes, Pinochet e os Chicago Boys

Sobre a designação de Guedes para o Ministério da Fazenda, Chomsky foi bastante didático: “é um economista de Chicago de extrema-direita. Passou um tempo no Chile de Pinochet (1973-1990)”.

“Ele tem sido muito franco e aberto em entrevistas com a imprensa brasileira sobre seus planos”, reflete o cientista político estadunidense, e acrescenta: “é muito simples, como disse, privatizar tudo, qualquer coisa que possa se imaginar”.

A razão, o motivo, é pagar a dívida, propriedade das instituições financeiras depredadoras que roubam o país. Isso vai doar os recursos do país para o futuro, acrescenta o ativista, que insiste que com ambos personagens o futuro do Brasil será um desastre e bastante prejudicial para a região.

Segundo analistas, Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm personalidades parecidas e coincidem em muitas formas de abordar a política e suas estratégias de comunicação.

O ex-militar brasileiro ganhou as eleições de 28 de outubro com mais de 55 por cento dos votos válidos. E assume o governo em 1 de janeiro.

Foto: Apu Gomes /El País

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