Em Rondônia, povos do campo e da cidade se manifestam sobre risco de alagamentos por conta de hidrelétricas

Em Moção de Repúdio produzida durante Assembleia de escuta do Sínodo Para a Amazônia, em Porto Velho (RO), povos do campo e da cidade se manifestam sobre a ameaça de novos alagamentos na região de Velha Mutun e Jacy-Paraná em decorrência do aumento do nível de água dos lagos das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. Confira:

CPT

Moção de Repúdio: Assembleia territorial de escuta do Sínodo da Amazônia

Nós, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, sem-terra, pequenos agricultores, atingidos por barragens, religiosos e religiosas, agentes de pastorais, com presença do Arcebispo de Porto Velho, Dom Roque Paloschi, reunidos nos dias 30 de novembro, 01 e 02 de dezembro de 2018, no Centro Arquidiocesano de Pastoral (CAPS), localizado em Porto Velho, Rondônia, na Assembleia de escuta do Sínodo Para a Amazônia, vindos dos municípios de: Costa Marques, Vilhena, Ariquemes, São Francisco do Guaporé, Cacoal, Candeias do Jamari, Ji-Paraná, Alto Paraíso, Colorado do Oeste, Cerejeiras, Alta Floresta, Pimenteiras do Oeste, além dos participantes de Porto Velho com representantes também dos Distritos de Calama, São Carlos e Jacy-Paraná e do Sul do Amazonas, Humaitá, tornamos público a Moção de Repúdio à ameaça de alagamento de trechos da BR-364 entre Velha Mutun e Jacy-Paraná, causada pela elevação do nível dos lagos de Jirau e Santo Antônio.

Esse trecho já foi alagado em 2014, levando ao isolamento da região de Guajará-Mirim e o estado do Acre. Por determinação da Agência Nacional de Águas (ANA), o consórcio responsável pela hidroelétrica de Jirau deveria ter realizado a elevação do nível da BR nesse trecho, o que ainda não foi concluído, deixando margem para o risco da repetição da situação de 2014. Tendo conhecimento do problema e responsabilidade pelas providências necessárias para evitar, é inadmissível que a situação se repita causando danos à população e frustrando direitos fundamentais como o direito de ir e vir e o acesso a saúde. Exigimos que as empresas responsáveis pelo Consórcio e o Estado efetive todas as medidas, afim de evitar o problema que se anuncia com a intensificação do período chuvoso.

“Diante de uma tragédia, a fé e a esperança nos dá a força que precisamos para erguer a cabeça,

nos unir e enfrentar os desafios” (frase adaptada de Lc 21, 20-28)

 Porto Velho (RO), 02 de dezembro de 2018.

Crédito foto: REPAM

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