Hungria: Milhares protestaram em Budapeste contra “lei da escravatura”

Pelo menos 10 mil pessoas enfrentaram a neve e temperaturas negativas numa marcha contra o governo de direita de Viktor Orbán

Diálogos do Sul

O partido que governa a Hungria — parceiro do PSD e do CDS no Partido Popular Europeu — está marcando as sedes de várias ONGs com adesivos com a inscrição “Organização que apoia imigrantes”. A denúncia partiu de um jurista da ONG húngara Comité de Helsínquia.

Depois da sede da Amnistia Internacional, esta quinta-feira foi a vez da Menedék (Asilo), que também dá apoio à integração de migrantes na sociedade húngara. De imediato foi estabelecido um paralelo com o que aconteceu no mesmo edifício em 1944, quando colocaram na porta a estrela amarela com que os nazis identificavam os judeus.

Noutra iniciativa política desta semana, o Fidesz apresentou a proposta para criminalizar os sem-teto na Hungria, alegando que existem lugares suficientes para os acolher nas instituições públicas. Na verdade, segundo o portal Index.hu, existem apenas 10 mil lugares para uma população sem-teto que se calcula em cerca de 30 mil pessoas.

A tentativa de criminalizar os sem-teto não é nova na Hungria e tem sido sempre derrotada pelo Tribunal Constitucional, no julgamento quer de iniciativas do governo, como aconteceu em 2011, como de várias autarquias que tentaram proibir os sem-teto de dormirem na rua através de regulamentos municipais.

Autarca belga convida Órban a visitar a cidade

O presidente da Câmara de Mechelen, cidade belga que tem mais população muçulmana do que a Hungria e a Eslováquia juntas, lançou o convite ao presidente húngaro Viktor Orbán para visitar a sua cidade “para ver que é possível viver em conjunto”.

O trabalho de Bart Somers na ajuda e integração de refugiados e migrantes na sua cidade valeu-lhe o Prémio de Presidente da Câmara Mundial em 2016, promovido a cada dois anos pela City Mayors Foundation. Na sua cidade vivem pessoas de 130 nacionalidades e uma em cada duas crianças tem ascendência estrangeira.

Uma das iniciativas destinada a quem quer viver em Mechelen é uma espécie de “programa speed dating”, em que o refugiado ou migrante convive uma vez por semana com um habitante local durante seis meses. “Se eles têm contacto com alguém de Mechelen, este pode explicar-lhe como funciona a cidade, familiarizar-se com a língua e acima de tudo criar uma relação humana”, explicou Somers ao EUObserver(link is external).

A participação da comunidade local é fundamental para o sucesso, prosseguiu o autarca de uma cidade que há vinte anos era considerada uma das piores nos rankings de pobreza infantil, criminalidade e desemprego, e com forte crescimento da extrema-direita, enquanto hoje em dia é classificada nos primeiros lugares.

Esquerda,net / Foto de Andras Lederer/Twitter
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