Diário, que dia…

Por Liége Saboya

Esse negócio de discurso não é comigo. O meu foi escrito durante o voo. Eu tinha 45 minutos para falar. Mas meu estilo é mais tuíter. Então rabisquei um negócio que dizia assim: “In my govern go to be all diferent, is ok?”. Bem resumidinho e já estava até em inglês.

O Eduardo achou perfeito, mas o resto do pessoal que estava no avião disse que era curto demais. Aí cada um deu uma mexida. Quando o Moro mexeu pôs o nome dele, quando o Ernesto mexeu pôs o nome dele e quando o Paulo Guedes mexeu pôs o nome dele. Ficou um negócio meio puxa-saco, mas pelo menos ficou mais comprido. Deu quase sete minutos. Meu recorde!

Na internet falaram que eu parecia um robô, sem nenhuma emoção. Mas emoção é coisa de viado.

Depois almocei num restaurante bem fubeca. Acho que pega bem se fazer de pobre. Por pouco não tomei um suco de laranja. Sorte que lembrei que o pessoal podia fazer piada e troquei por um refrigerante.

Falando em laranja, estão dizendo que vai ter um boneco “Inflávio” na Paulista. E já estão chamando a gente de Família Embolsonaro, Bolsotralhas e outras porcarias. A maldade das pessoas não tem limite.

Olha, Diário, acho que até que eu não me saí mal na minha primeira viagem internacional. Opa! Primeira, não, que eu levei os garotos pra Disney. E lá foi um inferno, porque os três corriam o tempo todo brincando de milícia, polícia e ladrão.

Falando em milícia, parece que o negócio vazou. Agora vai feder. E esse ano nem no carnaval vai dar para esquecer do assunto, porque tem aquele samba da Mangueira que fala da Marielle. Tem gente que nem morta morre!

No ano que vem tem que acabar com isso aí. Em vez de escolas de samba, as igrejas evangélicas é que deviam fazer desfiles. Tudo sobre a Bíblia. Gostei dessa ideia! Vou ligar para o Crivella!

Ou não.

Porque estou começando a desconfiar que no ano que vem posso não ser mais presidente. Vi agora a edição de ontem do Jornal Nacional. Os caras detonaram o Flávio e logo depois fizeram uma matéria toda simpaticona sobre o Mourão. Como se ele fosse um estadista.

Que isso tá com cara de golpe, tá.

A maldade das pessoas não tem limite.

@DiariodoBolso

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Isabel Carmi Trajber.

Destaque: mesa no centro de imprensa onde aconteceria entrevista coletiva de Jair Bolsonaro com os ministros Sergio Moro, Paulo Guedes e Ernesto Araújo, no dia 23 de janeiro de 2019, em Davos. Bolsonaro cancelou a entrevista 40 minutos antes de ela acontecer. Foto: Luciana Coelho /Folhapress

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