Comunidades geraizeiras temem rompimento de barragem em Minas Gerais

No MAB

Uma barragem de água pertencente à empresa Rio Rancho Agropecuária S/A tem causado preocupação e medo em comunidades tradicionais geraizerias do território de Vale das Cancelas, em Minas Gerais.

A barragem, construída em 2003 com o objetivo de perenizar o Córrego Cancela – que atualmente está seco e assoreado – apresenta vazamento desde sua construção e não tem recebido manutenção, revelam moradores e ex-funcionário da empresa que trabalhou na construção da barragem. Como agravante, verifica-se a formação de uma grande voçoroca nas proximidades, que tem crescido ao longo do tempo e se aproximado cada vez mais da barragem.

As famílias atingidas e hoje residentes à jusante da barragem, que já sofrem com a escassez de água do córrego que a barragem deveria perenizar, temem que a soma desses fatores possa gerar o rompimento da barragem, o que atingiria dezenas de famílias das comunidades Córrego Forquilha/Pinheiro, Viveiro e Curral de Varas I e II.

Para piorar, a empresa iniciou o plantio de eucalipto dentro da Fazenda Cancela, onde se encontra a barragem, e gradeou uma grande área próxima ao Córrego da Flor – que abastece o distrito de Vale das Cancelas – onde existe, também, uma nascente. Como não foi criada uma bacia de contenção, os moradores temem que, com as chuvas, a terra solta seja levada pela enxurrada e acarrete o aterramento da nascente e o assoreamento dos córregos da Flor e Olho D’água.

As comunidades denunciam, ainda, o descaso das autoridades que não agem para reprimir os crimes cometidos pelas empresas que atuam na região. Atendendo solicitação das comunidades, o Movimento dos Atingidos por Barragens-MAB presta todo apoio às famílias e, junto a elas, aciona o Ministério Público para cobrar providências.

Imagem: Barragem da Rio Rancho Agropecuária S/A – Mab

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