Líderes do Congresso chileno rejeitam almoço com Bolsonaro

Presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados não participarão de evento oferecido por governo do Chile durante visita oficial de mandatário brasileiro ao país. Parlamentares criticam ultraconservadorismo de Bolsonaro.

Na DW

Os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados do Chile, Jaime Quintana e Iván Flores, respectivamente, anunciaram nesta terça-feira (19/03) que não participarão do almoço que será oferecido pelo governo chileno ao presidente Jair Bolsonaro, que fará uma visita oficial ao país no sábado.

Quintana, do Partido pela Democracia e que assumiu o comando do Senado na semana passada, afirmou que participará nesta quinta-feira dos atos envolvendo a visita do presidente da Colômbia, Iván Duque, mas que não estará em nenhum evento da programação de Bolsonaro em solo chileno.

“Não estarei sábado em La Moneda, por convicção política e também porque tenho uma agenda regional já confirmada”, disse Quintana, em entrevista publicada ao jornal chileno La Tercera.

Recentemente eleito presidente da Câmara dos Deputados, o democrata-cristão Flores também decidiu não comparecer ao almoço organizado pelo governo de Sebastián Piñera em homenagem a Bolsonaro. A decisão de ambos os líderes levou a uma forte discussão no plenário do Senado chileno.

A visita de Bolsonaro gerou muitas críticas da oposição ao governo de Pinera e de organizações em defesa de minorias, que rejeitam as posições conservadoras do governante brasileiro.

O socialista Alfonso de Urresti, vice-presidente do Senado, também recusou o convite para participar da recepção a Bolsonaro, na sede do governo, e ainda destacou que o presidente do Brasil é um “perigo para a democracia”. “É um ultradireitista, que pode provocar muito dano. Meu gesto de desagravo é a Bolsonaro, e não ao povo brasileiro”, afirmou.

O deputado Vlado Mirosevic, da Frente Ampla, de esquerda, também não aceitou o convite do governo do Chile e afirmou que o presidente do Brasil é um líder “perigoso para os valores republicanos”. “Fez da discriminação e do ódio a sua política. Ele representa um risco para a democracia. É um mau exemplo para o Chile”, escreveu o parlamentar no Twitter.

Já a senadora governista Jacqueline van Rysselbergue, da União Democrata Independente (UDI), criticou a decisão dos colegas e afirmou que a recusa não é republicana.

Bolsonaro e Duque participarão, na sexta-feira, em Santiago, de uma cúpula presidencial, para abordar a criação de um novo mecanismo de integração na América do Sul, denominado Prosul. Ambos aproveitarão a ocasião para fazer um encontro oficial.

CN/efe/ots

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Jair Bolsonaro durante posse em janeiro. Foto: Sérgio Moraes /Reuters

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