Casos de feminicídio aumentam no Espírito Santo; CDHM pede informações ao governo capixaba

Do início do ano até agora, nove mulheres foram vítimas de feminicídio no Espírito Santo. Só em janeiro foram seis assassinatos. Um recorde para este mês desde 2016. Somente em 2018, das 93 mulheres assassinadas no Espírito Santo, 33 foram vítimas de feminicídio. Ou seja, mais de um terço das mulheres mortas no último ano morreram apenas por serem mulheres.

Por Pedro Calvi, CDHM

Nesta segunda-feira (25), o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), Helder Salomão (PT/ES) oficiou o governador do Espírito Santo, José Renato Casagrande ao procurador-geral de Justiça do estado, Eder Pontes da Silva, e o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Antônio Cesário de Sá.

Nos documentos, Salomão solicita informações sobre o andamento dos inquéritos policiais e das ações penais para apurar as circunstâncias dos crimes de feminicídio no estado.

“Se levarmos em conta os dados apresentados no último Mapa da Violência em 2015, quando se trata de feminicídios, o Espirito Santo é o segundo colocado nas estatísticas, em relação aos estados, e Vitória a primeira colocada dentre as Capitais”, informa Helder

Para o presidente da CDHM essas informações demonstram que o feminicídio é um problema estrutural e que exige maior atenção do Poder Público Estadual.

“Já o Conselho Nacional de Justiça mostra que os últimos anos foram marcados pelo aumento no número de casos de feminicídios. Para se ter uma ideia, no Espírito Santo, nos primeiros dois meses de 2019, o aumento foi de 80 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. Isso é uma violação sistemática de direitos humanos e deve ser combatida de forma firme”, explica Helder.

Brasil

De acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)   cerca de 126 mulheres foram mortas desde o início deste ano no Brasil. Ainda de acordo com a CIDH também foram registradas 67 tentativas de feminicídio, que é o assassinato de mulher por causa da condição de gênero.

Segundo outro levantamento, da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), a cada dez feminicídios cometidos em 23 países da América Latina e Caribe em 2017, quatro ocorreram no Brasil. Ao menos 2.795 mulheres foram assassinadas na região. Desse total, 1.133 foram no Brasil.

Ilustração Carol Teixeira

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