Da Redação Sul21
Em matéria publicada nesta sexta-feira (10), o jornal Estado de São Paulo informa que o decreto presidencial 9.785, que flexibilizou as regras para o porte de armas, abre uma brecha legal para que integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) possam ter acesso facilitado a armamentos. Juristas ouvidos pelo Estadão apontam que, como o decreto fala que um “residente em área rural” passará a ter acesso facilitado a armas sem especificar o tipo de propriedade que ele precisa ter, isso inclui as cerca de 400 mil famílias ligadas ao MST que já foram assentadas e se tornaram proprietárias de terra. Já outras 120 mil famílias ligadas ao movimento que vivem em acampamentos não teriam acesso.
Pelo Twitter, João Paulo Rodrigues, membro da coordenação nacional do MST, diz que o movimento é contra a flexibilização do porte de armas. “Queremos reafirmar que o MST é contra o decreto que flexibiliza o uso de armas e que a nossa luta é para produzir alimentos saudáveis, democratizar o acesso à terra e por educação para todos os camponeses”, disse.
Ao Estadão, João Paulo já havia dito que o movimento não quer “nem sonhar” com a possibilidade de se armar. A expectativa do MST é que o decreto irá acentuar a violência no campo e que quem sofrerá com isso será a classe trabalhadora, uma vez que os grandes proprietários de terra já não vivem mais no campo, mas sim nas cidades.
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Foto: Guilherme Santos/Sul21