Bolsonaro defende armar a população para evitar golpe de Estado

Tania Pacheco

26 anos após ter sido considerado “persona non grata” pelos vereadores da cidade, , Bolsonaro voltou ontem a Santa Maria, Rio Grande do Sul, para participar de um evento do Exército. A moção, aprovada por unanimidade pela Câmara local em junho de 1993, teve como motivo entrevista do então deputado federal a um jornal (A Razão), defendendo o fechamento do Congresso e a volta da ditadura militar. Nunca foi revogada.

De acordo com reportagem de Paula Sperb na Folha de S.Paulo, o capitão aproveitou a visita para entre outras coisas defender a desimportância do Congresso e a posse de armas pela população como estratégia para evitar golpes de Estado e viabilizar a ‘imposição’ de políticas. “Precisamos, mais que um parlamento, o povo ao nosso lado para que possamos impor uma política que reflita em paz e alegria para todos nós”, teria dito.

Relata ainda Paula Sperb, na Folha:

“Nossa vida tem valor, mas tem algo com muito mais valoroso do que a nossa vida, que é a nossa liberdade. Além das Forças Armadas, defendo o armamento individual para o nosso povo, para que tentações não passem na cabeça de governantes para assumir o poder de forma absoluta. Temos exemplo na América Latina. Não queremos repeti-los. Confiando no povo, confiando nas Forças Armadas, esse mal cada vez mais se afasta de nós”, falou em pronunciamento. Ele não atendeu a imprensa.

Antes, Bolsonaro deu tapas em um “pixuleko” e depois o jogou para cima. O boneco com a figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido como presidiário foi entregue por um apoiador que estava com o grupo que o recepcionou na chegada na base aérea da cidade. O presidente foi acompanhado por carreata até o evento do Exército.

Jair Bolsonaro durante posse em janeiro. Foto: Sérgio Moraes /Reuters

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