Capitã alemã de navio de imigrantes é libertada na Itália

Justiça informou que a medida foi tomada porque a capitã alemã ‘agiu para cumprir o dever de trazer os migrantes para a segurança’

Por ANSA, em Ópera Mundi

A juíza do Tribunal de Agrigento, Alessandra Vella, decidiu nesta terça-feira (02/07) colocar em liberdade a comandante do navio humanitário Sea Watch, Carola Rackete, depois de mantê-la em prisão domiciliar durante quatro dias na Itália. A Justiça informou que a medida foi tomada porque a capitã alemã “agiu para cumprir o dever de trazer os migrantes para a segurança”. 

Rackete estava presa desde o último final de semana “por violência contra navio de guerra” ao forçar a entrada no porto de Lampedusa de uma embarcação com 40 migrantes. A atitude infringiu as leis da Itália, que havia proibido navios de ONGs de atracarem em portos italianos, além de impor multas de até 50 mil euros para quem violar a regra.

De acordo com o Ministério do Interior da Itália, o prefeito de Agrigento já ordenou a remoção de Rackete do território nacional. Ela precisará ser acompanhada por agentes italianos até a fronteira. 

No entanto, a medida deve primeiro ser validada pela autoridade judicial, o que só pode ocorrer depois de 9 de julho, data em que a comandante será interrogada pela promotoria local.

Em sua conta no Twitter, a ONG alemã Sea Watch comemorou a libertação. “O juiz de instrução de Agrigento não validou a prisão de Carola Rackete e não ordenou nenhuma medida de precaução contra ela. Nossa Carola está livre!”, escreveu.

Segundo a entidade, “não havia razão para ela ser presa, uma vez que só fez campanha pelos direitos humanos no Mediterrâneo e assumiu a responsabilidade onde nenhum governo europeu o fez”.

Entretanto, a decisão foi duramente criticada pelo vice-premiê e ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, que não escondeu sua decepção e reafirmou a intenção de expulsar Rackete do país. “Para o Judiciário italiano, ignorar as leis e atacar uma patrulha da Guarda de Finanças não são razões suficientes para ir para a cadeia. Não há problema. Estamos prontos para mandá-la de volta ao país porque é perigosa para a segurança nacional”, afirmou.

Salvini ainda acrescentou que “esperava penalidades severas para aqueles que fizeram uma tentativa contra a vida dos soldados italianos”. “Obviamente eu estava errado”, disse.

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