Coletiva sobre garimpo, mineração e megaprojetos reúne lideranças indígenas em Brasília

A coletiva será às 15h desta quinta-feira, 21, e tratará dos projetos de infraestrutura, hidroeletricidade e logística que avançam sobre a região do Tapajós

Cimi

Na quinta-feira 21 de novembro, às 15h, na Maloca da Universidade de Brasília (UnB), será realizada uma coletiva de imprensa com uma delegação de 50 lideranças do povo indígena Munduruku, que debaterá os planos do governo Bolsonaro de regularizar mineração em terras indígenas e de retomar megaprojetos de hidroeletricidade e logística para a bacia do rio Tapajós, explicitando também a situação de grande vulnerabilidade na qual se encontram as comunidades indígenas, com lideranças ameaçadas de morte.

Diante dos acenos de Bolsonaro a garimpeiros e a mineradoras a respeito da regularização da exploração mineral em terras indígenas, e sofrendo diretamente com a escalada da pressão feita pelo legislativo e executivo municipal e federal acerca dessa matéria – em aliança com empresários locais -, os Munduruku reuniram lideranças do alto e médio Tapajós e do baixo Teles Pires em uma comitiva que atravessou mais de 2000km, em 3 dias de viagem, para reunir-se com representantes do poder público e para realizar essa coletiva na capital.

A região do Tapajós é a que mais concentra garimpo ilegal em toda a Amazônia, segundo o ICMBio. Grande parte desses garimpos está dentro das terras Munduruku, e conforme indicam pesquisas recentes, a população indígena está altamente contaminada por mercúrio. Conforme as lideranças explicarão na coletiva de imprensa, há ainda outros problemas relacionados a essa atividade, como a intensificação de epidemias de malária e a circulação desenfreada de álcool, drogas e armas.

A coletiva tratará também dos projetos de infraestrutura, hidroeletricidade e logística que avançam sobre a região do Tapajós atualmente. As 43 usinas hidrelétricas que compõem o Complexo do Tapajós devem ser retomadas pelo governo Bolsonaro, e algumas delas (São Luiz do Tapajós e Chacoarão, principalmente) incidem diretamente sobre terras indígenas e lugares considerados sagrados pelos Munduruku – que ainda sofrem os impactos das hidrelétricas de Teles Pires e São Manoel, construídas sem qualquer consulta aos indígenas, a despeito do que manda a legislação. Há, ainda, projetos de portos para escoamento de grãos e do chamado “Ferrogrão”, que estão no topo dos interesses do agronegócio e afetam diretamente as comunidades do Médio Tapajós.

Serviços

O que: Coletiva de imprensa com lideranças Munduruku

Quando: 21 de novembro de 2019, às 15h

Onde: Maloca (Universidade de Brasília – UnB)

Mais informações

Associação de Mulheres Munduruku Wakoborun – [email protected]

Associação Indígena Pariri – [email protected]

Foto: Povo Munduruku

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