Barragem do Doutor, da Mina de Timbopeba em Ouro Preto, entrou em nível dois, no início de abril.
Por Bom Dia Minas, no G1
Em meio à pandemia do novo coronavírus, moradores do distrito de Antônio Pereira, em Ouro Preto, convivem com uma incerteza: quase 80 famílias serão retiradas de casa por causa do aumento do nível de risco da Barragem do Doutor, da empresa Vale.
O local entrou no nível dois de emergência no início deste mês. O alerta recomenda a retirada de pessoas da chamada zona de autossalvamento. A Defesa Civil informou que a Barragem do Doutor tem o triplo da quantidade de rejeitos que tinha a barragem que rompeu, em Brumadinho. Mas, de acordo com a Vale, não há risco de rompimento.
A retirada começou na quinta-feira (9) e vai até o dia 30 de abril. A maioria das famílias vai para casas alugadas pela Vale. Já tem cerca de 70 casas disponíveis.
Segundo o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, 61 famílias começam a ser retiradas a partir desta terça-feira (14).
Em relação aos animais e criações destas pessoas, Godinho afirma que os 213 já foram cadastrados. Eles serão encaminhados para pets ou fazendas, de acordo com o porte e espécie do animal.
Em nota, a Vale informou que 11 das 78 famílias já foram realocadas e que “o cronograma de remoção das famílias da ZAS segue, até o final de abril, cumprindo os protocolos de saúde e segurança recomendados diante do quadro de pandemia da Doença do Coronavírus (COVID-19)”.
Barragem do Doutor
A Barragem do Doutor, da Mina de Timbopeba em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, tem capacidade para 35 milhões de m³ de rejeito. A Barragem Doutor foi construída no método de alteamento a partir da linha de centro, considerado um pouco mais seguro que a montante, como eram as de Brumadinho e Mariana.
Em 2019, as atividades foram suspensas pela Justiça com base nas informações de que a empresa TÜV SÜD, contratada pela Vale para atestar a segurança da estrutura, não garantiu mais a estabilidade.
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Imagem: Barragem está sendo descaracterizada desde o final de 2019 e processo pode durar 8 anos – Vale/Divulgação