Presidente da CDHM pede agilidade nas investigações do assassinato de dois trabalhadores rurais no RS

Por Pedro Calvi / CDHM

Na noite de quinta-feira (30/04), dois integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram assassinados no Assentamento Santa Rita de Cássia II, em Nova Santa Rita (RS), na região metropolitana de Porto Alegre. As vítimas foram Adão do Prado, de 59 anos, e Airton Luis Rodrigues da Silva, 56. Os dois faziam parte do Movimento desde o ano 2000.

De acordo com relatos de camponeses do MST, os dois estavam na casa de Adão quando homens armados chegaram ao local de carro e executaram Adão e Airton na frente de familiares. Ainda não há informações sobre a autoria e o que motivou os assassinatos.

Na manhã deste sábado (02), o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), Helder Salomão (PT/ES), pediu ao Secretário de Estado da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, e ao Procurador-Geral de Justiça do estado, Fabiano Dallazen, agilidade na apuração dos homicídios.

Salomão destaca no documento que uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, que trata dos Defensores de Direitos Humanos, reconhece “a importância dos indivíduos, grupos, instituições e organizações não governamentais que desempenham e exercem a responsabilidade de defender a democracia, proteger os direitos humanos e liberdades fundamentais e contribuir para a promoção e progresso das sociedades, instituições e processos democráticos”. O parlamentar ressalta ainda que “é dever do Estado fazer uma investigação imediata e imparcial”. Os ofícios enviados às instituições gaúchas pedem ainda a identificação e consequente punição dos envolvidos no crime.

Em nota, o MST  “repudia qualquer ato de violência, pede investigação das causas e punição dos culpados”.  E afirma que Adão e Airton “participaram ativamente da vida comunitária, da produção agroecológica e sempre foram solidários. O MST se solidariza com familiares e amigos das vítimas e exige justiça”.

Produção de arroz no assentamento

Os assentamentos Santa Rita de Cássia I e II são conhecidos pela produção de arroz orgânico. Os agricultores familiares cultivam o grão na região e em outros 13 assentamentos gaúchos há 20 anos. A cadeia produtiva envolve oito cooperativas e envolve 364 famílias. Na safra 2019/2020, a estimativa é que sejam colhidas cerca de 15 mil toneladas do alimento. Toda a produção é certificada.

O Assentamento Santa Rita de Cássia II foi criado em 2005. É formado por famílias, em grande parte vindas das regiões Norte gaúcha e Metropolitana de Porto Alegre. Além de pequenos agricultores de Santa Catarina, Paraná, Pernambuco e Pará.

Com informações da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap).

Foto: João Zinclar

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