O panorama dramático da pandemia nas aldeias

Outra Saúde

Quando o coronavírus chegou ao Brasil, logo soou o sinal de alerta para os povos indígenas, que têm problemas estruturais no atendimento à saúde e são historicamente mais afetados do que o resto da população durante epidemias.

O primeiro caso em uma aldeia foi confirmado um mês depois, no fim de março. Até a noite de ontem havia registros de mais de 200 infecções e 15 mortes entre indígenas aldeados. Nas cidades, onde essas informações são mais nebulosas, as organizações indígenas contabilizam 55 óbitos.

Comparados com os dados do país inteiro, esses números parecem modestos. Só que, numa aldeia, um único caso já é motivo de preocupação: as comunidades têm condições muito propícias para o espalhamento desse vírus. Em parte, pelo seu modo de vida pautado na coletividade. Em parte, por uma generalizada precariedade das condições de saneamento, com falta de rede de água, por exemplo.

Para piorar, em vários locais é difícil ter acesso adequado a serviços especializados de saúde, por conta das distâncias e dificuldades de transporte.

Ainda olhando para os registros, tem outro problema: nos últimos dias, dá pra observar um crescimento mais acentuado, tanto no número de casos como no de óbitos. Isso sem falar na subnotificação, que é um problema geral no Brasil e também entre os povos indígenas.

Esta semana, no podcast Tibungo, Outra Saúde traz algumas vozes que ajudam a entender essa situação: as lideranças Mário Nicácio, Dinamam Tuxá, Thiago Henrique Djekupé, Zuleica Thiago Terena e Jozileia Daniza Kaingang; e a pesquisadora Ana Lúcia Pontes, da Fiocruz, que coordena o GT de saúde indígena da Abrasco.

Ouça aqui.

O Tibungo vai ao ar toda quinta-feira. Para ouvir em primeira mão, não deixe de seguir o canal no seu tocador de podcast favorito.

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