A Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) e a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) vêm a público expressar perplexidade diante do ocorrido com Guilherme Franco Netto, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na manhã desta quinta-feira, dia 06 de agosto, e manifestar apoio e solidariedade a ele, sua família e à Fiocruz.
A ABA-Agroecologia reúne profissionais e estudantes das mais diversas áreas do conhecimento e desde sua criação, em 2004, realiza e apoia ações dedicadas à construção do conhecimento agroecológico, e tem participado em conjunto com diferentes parceiros e parceiras que percebem na Agroecologia a solução para a sustentabilidade de sistemas alimentares e a promoção da saúde.
A ANA é uma rede de organizações da sociedade civil e movimentos populares que desde 2002 reúne experiências em agroecologia desenvolvidas por agricultores e agricultoras familiares, povos indígenas, quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais de todas as regiões do país.
É inegável o reconhecimento do Guilherme, pesquisador renomado internacionalmente, que sempre demonstrou compromisso com a Saúde Pública do país, ao longo de toda sua relevante trajetória profissional. Sua atuação em Vigilância em Saúde, em especial em Saúde do Trabalhador e em Saúde e Ambiente, contribuiu para a estruturação e fortalecimento dessas áreas de conhecimento no país, das quais emergiram importantes diálogos e convergências com várias outras, entre elas a Agroecologia. Contudo, antes de falar do pesquisador, nossa perplexidade se dá também pelo Guilherme, ser humano que sempre agiu com lisura, transparência, respeito ao que é público.
Atentas/os à promissora aliança entre Saúde e Agroecologia na luta pela garantia direitos e vida digna para todas e todos, a ABA-Agroecologia sempre em sintonia com a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), têm construído processos científicos, com fortes elos de trabalho e ações estratégicas com a Fiocruz para o avanço da Agroecologia no Brasil e América Latina, justamente a partir da área em que Guilherme atua na instituição.
Reivindicamos aqui o princípio da presunção da inocência, o direito a sua ampla defesa e o esclarecimento e transparência sobre as investigações e motivações que o levaram à prisão.
Nossa solidariedade também a cada integrante da família de Guilherme Franco Netto, às amigas/amigos e aos colegas de trabalho na Fiocruz.
Seguimos acompanhando os acontecimentos, atentos e em prontidão em defesa dos valores democráticos, juntas/os na defesa da ciência cidadã, da Agroecologia, do Sistema Único de Saúde, da vida e da liberdade!
ABA-Agroecologia
Gestão 2020-2021