Defesa quer usar dinheiro da Lava Jato destinado à Amazônia para comprar satélite de R$ 577 milhões

ClimaInfo

O ministério da defesa decidiu levar adiante um projeto de sistemas de satélite com preço estimado pelos próprios militares em R$ 577,9 milhões – cinco vezes maior que o orçamento do INPE, responsável há décadas pelo monitoramento espacial no Brasil – e com previsão para operação somente em 2026.

De acordo com o Estadão, boa parte do dinheiro para viabilizar essa operação será retirada dos recursos recuperados pela Operação Lava Jato que tinham sido endereçados pelo STF para ações de combate ao desmatamento.

De acordo com o governo, o novo sistema estará vinculado ao Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), controlado pelos militares. O Metrópoles também repercutiu os custos desse projeto.

Enquanto isso, na audiência do STF sobre a política ambiental do governo federal, o presidente do Ibama, Eduardo Bim, reconheceu a queda no número de multas aplicadas por irregularidades ambientais, mas atribuiu esse problema à falta de pessoal para realizar ações de fiscalização. Em 2019, as autuações ambientais pelo órgão caíram 34% em comparação com o ano anterior.

Em tempo: A Polícia Federal concluiu no domingo (20) uma operação de três dias contra o garimpo ilegal na região do rio Boia e afluentes, no município amazônico de Jutaí (AM). Denominada operação Minamata, ela contou com o uso do novo sistema de satélite contratado pela corporação com a empresa Planet, ao custo de quase R$ 50 milhões. A compra foi suspensa pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na semana passada, sob o argumento de que o INPE oferece o mesmo tipo de serviço sem custo adicional ao erário público. A PF defendeu a contratação e afirmou que o novo sistema contribuiu diretamente para o sucesso da operação. A Reuters destacou essa notícia.

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