Ao longo de seis vídeos produzidos e legendados pela TV Boitempo, o autor discute alguns dos principais temas de seu livro mais recente sobre Marx e o capital no século XXI.
Na Boitempo
Já está disponível, na TV Boitempo, uma série especial sobre o capital no século XXI conduzida por ninguém menos que David Harvey! Ao longo de 6 vídeos legendados em português, o geógrafo marxista discute alguns dos principais temas de seus livros mais recentes, A loucura da razão econômica e Os sentidos do mundo em conversa com seu tradutor Artur Renzo.
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Lembrando que todas as séries em língua estrangeira da TV Boitempo são sempre devidamente legendadas. Para visualizar as legendas, contudo, é preciso ativá-las no seu tocador do YouTube!
1. Automação, revolução e pós-capitalismo
De Elon Musk a Paul Mason, o falatório sobre “pós-capitalismo” tem cada vez mais pipocado no debate público a respeito das transformações de tecnologia, automação e inteligência artificial. Mas até que ponto isso constitui uma verdadeira revolução? Como uma esquerda marxista deveria se posicionar nessa nova configuração da acumulação de capital? Quanto disso se deve à contrarrevolução neoliberal? E como avaliar o potencial de propostas como a de Renda Básica Universal, que conta com apoio tanto de setores progressistas quanto de figuras do Vale do Silício?
2. A política dominada pelas finanças
“O governo é efetivamente dominado pelos acionistas e pelos interesses de Wall Street”.
Por que os bancos e o sistema de crédito desempenham uma função cada vez mais central nas nossas vidas? O que significa e como entender o tão falado processo de financeirização do capitalismo contemporâneo? De onde ele vem, quais são seus efeitos, e quais são as possibilidades de se contrapor a ele?
3. Desenvolvimento econômico e socialismo
O capitalismo contemporâneo está enredado em uma espiral destrutiva de crescimento exponencial infindável. Contra essa loucura da razão econômica, surge a pauta de “crescimento zero”. No entanto, até que ponto, no desenvolvimento geográfico desigual, não é possível dizer que algumas regiões do mundo se beneficiariam de certo desenvolvimento econômico? Para Harvey, é fundamental distinguir entre desenvolvimento e crescimento para pensar políticas de soberania alimentar, substituição de importações e formas de organização econômica que privilegiem a qualidade de vida dos trabalhadores e uma relação mais saudável com o meio ambiente e as populações indígenas, e não a garantia da reprodução do capital.
4. A pluralidade das lutas de classes hoje
Neste vídeo mais longo, Harvey discute a multiplicidade de formas de luta de classes na contemporaneidade, para além das batalhas travadas no chão de fábrica, e a importância de articulá-las, sem prejuízo de suas particularidades, em um projeto anticapitalista amplo. Por um lado, o processo de reestruturação produtiva vem deslocando uma série de postos de trabalho clássicos do chão de fábrica para o chamado setor de serviços ou para a informalidade (ou ainda para outras partes do mundo). Por outro lado, vemos o o avanço de pautas ligadas à reprodução social, ao racismo estrutural e à relação com a natureza e nossos recursos naturais. Diante desse cenário, o geógrafo britânico se vale do arcabouço teórico sistematizado por ele no livro A loucura da razão econômica para dar conta dessas diferentes formas de luta e apontar as formas em que seria possível articular essa multiplicidade em um projeto anticapitalista robusto, sem atropelar as particularidades de cada uma. Por isso, diz ele, antes de cair no falso antagonismo entre lutas identitárias versus luta de classes, cumpre avaliar o conteúdo anticapitalista de cada uma das diferentes formas de luta.
5. A loucura da razão econômica
Harvey discute o projeto de atualizar o pensamento de Karl Marx à luz das novas transformações da globalização capitalista contemporânea. Disparando contra a “loucura da razão econômica”, David Harvey revela a total impotência da dita “ciência econômica” imperante para lidar com os problemas postos pela crise atual do capitalismo. “Imerso no contexto do século XXI, Harvey questiona a pertinência e a atualidade de Karl Marx. Vai adiante dele, com ele.” – Amélia Luisa Damiani
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Imagem: David Harvey. Foto: Marcos Alves / Agência O Globo