Presidência da CDHM quer reunir organismos internacionais para discutir demissões na Ford

Na última quarta-feira (3), o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), Helder Salomão (PT/ES) reuniu representantes de sindicatos, do judiciário, parlamentares e outras entidades, para debater os impactos do fechamento de fábricas da Ford em três cidades brasileiras. Em 11 de janeiro a empresa fechou as plantas de produção em Camaçari (BA), Horizonte (CE) e Taubaté (SP).

Pedro Calvi / CDHM

O debate foi um pedido de Aroaldo Oliveira da Silva, presidente da IndustriALL Brasil; Carlos Caramelo, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e Leonardo Pinho, presidente da Central de Cooperativas Unissol Brasil. No encontro, foi decidido que seria solicitada uma reunião virtual para tratar do descumprimento de diretrizes internacionais pela Ford.

Nesta segunda-feira (8), a presidência da CDHM encaminhou AO Representante do ACNUDH na América do Sul, Jan Jarab; ao diretor do escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Martin Hahn e para Jose Ardavi, Acting Head of Division/Brazil da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um pedido para discutir o caso.

Salomão destaca que “a abrupta decisão da Ford de fechar fábricas, sem comunicação prévia com os governos federal e estaduais, tampouco com os representantes dos trabalhadores, afronta princípios de direitos humanos e econômicos, como os Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos da ONU, e Diretrizes da Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OCDE) para Empresas Multinacionais”.

Com a iniciativa, a Ford anunciou 5 mil demissões. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)s divulgou estudo que aponta o potencial fechamento de aproximadamente 119 mil postos de trabalho.

O Ministério Público do Trabalho já obteve decisões provisórias, que proíbem a Ford de praticar a dispensa coletiva dos trabalhadores de Camaçari e Taubaté.

No encontro do dia 3 também foi encaminhada a criação de uma frente ampla de parlamentares, para apresentar um projeto de lei de nacionalização da Ford, considerando os bilionários incentivos fiscais recebidos pela multinacional e empréstimos contraídos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que ainda estão em vigor.

Foto: pt.org

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