6ª SSB realiza Semana de Ativismo a partir dos Mutirões pela Vida: Por Terra, Território e Economia

Nos caminhos digitais, de 12 a 17 de abril, a 6ª Semana Social Brasileira segue realizando os Mutirões pela Vida: Por Terra, Território e Economia, para uma incidência territorial

CPT

A 6ª Semana Social Brasileira, uma promoção da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em união com as pastorais sociais, movimentos populares e igrejas cristãs, realiza desde 2020 e segue até 2022 os Mutirões Pela Vida: Por Terra, Teto e Trabalho, com destaques nos eixos: economia, soberania e democracia. A proposta do tema vem da provocação do papa Francisco, em outubro de 2014, no encontro Mundial de Movimentos Populares: “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”.

Nestes meses de março e abril, a 6ª SSB está a trabalhar, em parceria com diversas entidades, o eixo economia com o tema Mutirão pela Vida: Por Terra, e Território. 

De 12 a 17 de abril, será realizada a Semana de Ativismo. Segundo Alessandra Miranda, secretária executiva da 6ª SSB, “essa iniciativa é muito importante porque além de dar visibilidade para as principais violações do direito ao território, do direito dos povos e das questões da economia, a gente se coloca na posição de apresentar alternativas, movimentos de resistência dentro desse processo”, afirma. Ela ressalta ainda que realizar essas ações em parceria, possibilita maior incidência social e política.

Parcerias nesta Semana de Ativismo: Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da (CNBB), Movimento de Mulheres Camponesas, Comissão Pastoral dos Pescadores, Rede Jubileu Sul Brasil, Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara, Fórum Nacional Permanente em Defesa da Amazônia, Conselho Indigenista Missionário, Rede Igrejas e Mineração, Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário, Articulação das Pastorais do Campo, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

As ações se darão, diariamente, de 12 a 17, por meio de debates ao vivo, via plataformas da internet e ações nas redes sociais. No dia 22 de abril, Dia Internacional da Mãe Terra, será lançado um Manifesto a partir dos debates e o percurso percorrido nesta semana.

“Não é comunismo, mas cristianismo no seu estado puro”

Na homilia deste domingo (11), na igreja do Espírito Santo, em Sassia, junto à Praça São Pedro, o papa Francisco lembrou que, nas primeiras comunidades cristãs, “ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles tudo era comum” (At 4, 32). E o papa ressaltou: “Não é comunismo, mas cristianismo no seu estado puro”. Por fim, Francisco lembrou a passagem do texto bíblico da Carta de Tiago: “Com efeito, se o amor acaba em nós mesmos, a fé evapora-se num intimismo estéril; sem os outros, torna-se desencarnada; sem as obras de misericórdia, morre” (cf. Tg 2, 17). 

A carta de Tiago, às comunidades cristãs de sua época, denunciava a exploração do trabalho, enquanto os “senhores” acumulavam para si as riquezas advindas de taxas abusivas de impostos sobre os ganhos dos pobres. A denúncia de Tiago não se dava por acaso. Havia uma dura realidade de desigualdade social, uma riqueza que gerava a pobreza. “Olhai: o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, e que vós deixastes de pagar, está gritando” (cf. Tg 5, 4). Um modelo econômico centralizado nas mãos de uma minoria, com a força de explorar a maioria. 

Hoje esse modelo tomou novas características e segue seu poder destrutivo. Vale todo o tipo de exploração, seja da mão de obra, como os recursos naturais. 

A revista Forbes divulgou no último dia 6, o ranking dos bilionários do mundo de 2021.  No Brasil, o número cresceu de 45 para 65. O seu patrimônio chega, juntos, a 219,1 bilhões de dólares. Enquanto isso, cerca de 19 milhões de pessoas passaram fome, de acordo com um estudo lançado no último dia 5, conduzido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), com apoio do Instituto Ibirapitanga e parceria de ActionAid Brasil, Fundação Friedrich Ebert Brasil e Oxfam Brasil. Mais da metade dos lares brasileiros conviveu com algum grau de insegurança alimentar nos últimos três meses de 2020, aponta o documento.

De acordo com a pesquisa, 116.8 milhões de pessoas vivem em insegurança alimentar no Brasil. Esse número corresponde a mais de duas vezes a população da argentina e 19.1 milhões de pessoas passam fome no país, o equivalente à população da grande são Paulo.

Com inspirações nas palavras do papa Francisco e na Palavra de Deus, e diante da realidade do avanço da pobreza e da exploração desenfreada dos recursos naturais, a 6ª SSB convida para a mobilização desta semana.

Serviço:

Semana de Ativismo 
Mutirão Pela Vida: Por Terra, Território e Economia 
Acompanhe a programação aqui: https://bit.ly/3uIUggY

Foto: Juliana Barbosa/MST

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.

4 × quatro =