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As promessas climáticas dos governos para o Acordo de Paris precisam de planos detalhados e ações específicas nos diferentes setores para deixarem de ser apenas promessas. Isso parece óbvio, mas a obviedade pode escapar das negociações para a próxima Conferência da ONU sobre Clima (COP26), em Glasgow.
Como escreveu Philip Stephens no Financial Times, o debate não pode ficar restrito apenas ao ambiente das conversas multilaterais e dos compromissos internacionais — precisa se desdobrar no nível local, mais próximo das pessoas. Esse é o caminho para ações mais efetivas de mitigação, ao mesmo tempo em que aproxima os cidadãos de um tema fundamental, mas ainda isolado em grupos elitistas.
Um exemplo da disjunção entre retórica otimista externa e inação política interna está no Reino Unido, anfitrião da COP: enquanto fala de ambição e progresso entre seus pares governantes, o primeiro-ministro Boris Johnson se faz de desentendido quando questionado sobre a concretização da ambição e do progresso climático no dia-a-dia dos britânicos. Assim, o discurso não encontra a prática, e a crise climática segue piorando, para azar de todos.
