Hipocrisia do Acordo de Paris e das COPs mostra: não há solução para a crise climática nos limites do modelo capitalista. Faltam alternativas radicais ao ecocídio. Mas para chegar a elas, é preciso construir uma rota de vitórias parciais, que levem “consciência ecológica e socialista”
Michael Löwy em entrevista a Daniel Plácido, Rafael Bensi e Thais Zwicker, na Revista Úrsula
Contra o “ecocídio capitalista” e por uma ampliação da autonomia da sociedade, “o sistema produtivo como um todo deve ser transformado”, afirma o sociólogo marxista Michel Löwy. Diretor de pesquisas emérito do Centro Nacional da Pesquisa Científica [Centre National de la Recherche Scientifique], da França, autor de trabalhos sobre Karl Marx, Leon Trótski, Rosa Luxemburgo, Georg Lukács, Lucien Goldmann e Walter Benjamin, Löwy falou à Úrsula sobre os princípios do ecossocialismo, que seria uma “alternativa radical” a um modelo econômino que não apresenta perspectivas de contribuir para o confronto da crise climática. Nesse sentido, ele denuncia a ineficácia das conferências e acordos internacionais com esse objetivo, comenta os possíveis efeitos da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e defende uma rota de “vitórias parciais” e de “consciência ecológica e socialista”. Além disso, o pesquisador fala sobre seu interesse sobre o romantismo, que se afigura como um “movimento heterogêneo”, que se fez também como crítica ao capitalismo. (mais…)
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