No 199º aniversário de sua independência, o Brasil viveu nesta 3ª feira (7/9) um dos dias mais nefastos da história recente do país, com manifestações de caráter golpista promovidas por Jair Bolsonaro. No vale-tudo retórico do presidente e de seus seguidores, até mesmo a questão do marco temporal para demarcação de Terras Indígenas virou argumento para os defensores da ruptura constitucional.
De acordo com o Metrópoles, o empresário Carlos Longo, organizador da caravana bolsonarista em Brasília, disse que o julgamento do marco temporal pela Corte, que segue nesta semana, pode servir de “estopim” para um golpe de Estado – além, é claro, de defender a remoção de todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Se votarem contra, aí quebrou o Brasil e o Bolsonaro vai fazer aquilo que o povo quer, que é a intervenção militar”. Longo chegou a ser candidato a deputado estadual no Mato Grosso em 2018, no mesmo partido do então presidenciável Bolsonaro, mas não conseguiu se eleger. O empresário é próximo do presidente da APROSOJA BRASIL, Antônio Galván, investigado pelo STF como suposto patrocinador de atos antidemocráticos.
Falando na APROSOJA, o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio das contas da instituição e de seu escritório no Mato Grosso, por conta de indícios de que elas estariam sendo utilizadas para arrecadação ilícita de recursos para financiar as manifestações golpistas de Bolsonaro. G1 e Valor deram mais informações. Já O Globo destacou que Galván também é acusado pelo Ministério Público do MT por plantio experimental de soja sem autorização, contrariando medidas fitossanitárias de prevenção e controle de fungos.