Articulação das CPT’s do Cerrado promove ações de formação em comunidades e assentamentos no sul de Rondônia

Objetivo é construir estratégias de defesa diante das destruições que colocam em risco os territórios

Por Leuziene Lopes – CPT RO

No ano de 2021, o projeto Formar os Povos e Proteger o Cerrado foi construído pela atuação de lideranças de comunidades em contexto de Cerrado junto a agentes da CPT, e apoiados pela Campanha Nacional em Defesa do Cerrado. Devido às constantes destruições que ameaçam a região e os ataques aos direitos dos povos, que vêm se intensificando a cada ano, a formação e conscientização sobre a proteção do Cerrado nas comunidades tem sido uma estratégia da articulação como mecanismo de defesa dessas famílias. 

Em dezembro do ano passado, o projeto promoveu ações no assentamento Águas Claras e acampamento Vida Nova, ambos localizados em Vilhena-RO, e no assentamento Zé Bentão, em Corumbiara-RO. Nas ocasiões, as discussões foram voltadas aos direitos das famílias em assentamentos e a como acessar os recursos da ouvidoria pública de Rondônia, tendo sido mediadas pela Ouvidora Valdirene Oliveira, que já contribui com demandas da Pastoral da Terra na região. 

Foi realizada, ainda, uma atividade de contação de histórias e pintura artística com as crianças do acampamento Vida Nova, mediado pelo artista e poeta, Elizeu Braga, que faz da sua arte um mecanismo de apoio às causas sociais no estado.

Adilson Machado, agente pastoral da CPT-RO e assentado pela reforma agrária, defende a formação como uma ferramenta de empoderamento e conscientização dos povos na defesa dos seus territórios. Ressalta a importância em incluir nesses debates as crianças, por entender que serão elas as que deverão mais sofrer com a destruição dos recursos naturais indispensáveis para a nossa sobrevivência.  

“Nós estamos vivendo um momento de muitas instabilidades, onde nossos territórios são constantemente ameaçados, pela expansão do da soja, pelo fogo, pelo gado brando de corte, e pela destruição do Cerrado e sua biodiversidade. Nós estamos nos conscientizando diante tudo isso, mas é preciso que o poder político olhe para essa realidade e tome providências para conter o desmatamento dessas áreas”, afirma.

O projeto

Com o objetivo de defender o Cerrado brasileiro e seus povos em tempos de crise política, econômica e ambiental, a iniciativa se pautou principalmente no entendimento de que cada vez mais o Cerrado tem se tornado alvo dos grandes produtores de soja. A partir disso, se empenhou em contribuir com a garantia de vida e permanência dos povos nas suas comunidades, vivendo com dignidade e, sobretudo, em proteger os aquíferos e nascentes que banham as regiões cerradeiras. 

Construído junto a lideranças camponesas e dos territórios tradicionais, realizou diversas reuniões de escuta sobre a necessidade de cada grupo, entre assentamentos, acampamentos, territórios indígenas e quilombolas.

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