Nota pública da Hutukara: desaparecimento da comunidade Sanomã, de Aracaçá

Após a comunidade de Aracaçá, composta por indígenas do povo Yanomami, ter desaparecido da região, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) publicou uma nota nesta sexta-feira (6) sobre a situação

POR HUTUKARA ASSOCIAÇÃO YANOMAMI / CIMI

Após uma adolescente Yanomami ser morta e estuprada por garimpeiros no dia 26 de abril de 2022, a comunidade de Aracaçá desapareceu da região. Diante da repercussão, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) publicou uma nota nesta sexta-feira (6) sobre a situação.

Ao longo dos últimos dias, a Hutukara vem investigando os episódios denunciados pelos Yanomami. Em nota, a HAY afirmou que, “embora não tenha reunido informações suficientes para esclarecer a ocorrência ou não do crime, recolheu informações que revelam um grave histórico de tragédias associadas ao garimpo na comunidade”.

Além disso, afirmaram que, ao longo dos últimos dias, entrevistaram parentes que vivem próximos à região de Aracaçá e uma anciã da comunidade que está na cidade de Boa Vista (RR) para receber atendimento médico.

“As informações obtidas até o momento confirmam o cenário desolador vivido pela comunidade a partir das relações impostas pelo garimpo, com reiterados depoimentos de violência sexual em série”, diz a nota.

Os relatos compilados pela Hutukara foram cruzados com dados oficiais do distrito de saúde – censos populacionais de 2017 e 2022, bem como registros de óbitos –, de modo que foi possível identificar a cronologia dos episódios narrados. Por meio das denúncias e relatos, foi constatado que há relação direta com os invasores da Terra Indígena Yanomami.

Ao final da nota, a Hutukara reforçou também a necessidade de conduzir uma apuração ampla e aprofundada do histórico de violências vivido pelos indígenas em Aracaçá.

Com base nisso, defendemos que se conduza uma apuração mais ampla e aprofundada do histórico de violências vivido pelos indígenas em Aracaçá, por consequência do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.

Para ler a nota na íntegra, clique aqui.

Cratera aberta pelo garimpo na região do Uraricoera, Terra Indígena Yanomami. Foto: Bruno Kelly/HAY

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