Cobertura eleitoral terá dossiês sobre bancada ruralista e governo Bolsonaro

De Olho nos Ruralistas amplia equipe durante as eleições 2022 para esmiuçar políticas agrárias e ambientais dos últimos anos, as candidaturas do agronegócio e o funcionamento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA)

Por Alceu Luís Castilho, em De Olho nos Ruralistas

As eleições de 2022 são plebiscitárias. O Brasil decidirá se quer manter um presidente fascista, fiador de genocídios, ou apoiar candidaturas do campo democrático. Em paralelo a isso, o país tem as eleições estaduais, com menor visibilidade, e a renovação do Congresso. Que Câmara e Senado teremos nos próximos anos? E quais as consequências disso para o campo e as florestas, para a Amazônia, os indígenas, camponeses e quilombolas? E para o prato na mesa de cada brasileiro?

O desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips ilustra os limites últimos de um modelo destruidor, potencializado por Jair Bolsonaro. O amparo do Centrão ao presidente da República coincide, em boa parte, com o poder da bancada ruralista. Os líderes de um e outro bloco costumam ser os mesmos. Como observatório especializado em questão agrária, De Olho nos Ruralistas fará até o fim do ano uma dedicação especial ao tema.

Confira aqui vídeo sobre essa cobertura:

FOME, AMBIENTE E CONFLITOS AGRÁRIOS ESTARÃO ENTRE TEMAS PRINCIPAIS

Que Brasil emergirá após outubro? Como é esse país que volta ao Mapa da Fome? Qual o papel do agronegócio no governo atual e qual o papel do Congresso — e de seus principais líderes — no que acabou ficando conhecido como “boiada”? A “boiada” defendida pelo então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em uma reunião ministerial, a destruição de leis socioambientais, tem uma face parlamentar e tem líderes ruralistas entre seus artífices. Antes deles, seus financiadores.

As políticas públicas que serão feitas a partir de 2023 têm alguma chance de não serem implosivas, caso Bolsonaro não seja reeleito. E este observatório cumprirá seu papel de ajudar a mostrar (seja qual for o presidente) em que pé estão determinadas políticas em nosso campo temático: a vida dos povos do campo, a sobrevivência dos biomas, a alimentação saudável, determinadas engrenagens que compõem a identidade deste nosso país continental.

Para isso publicaremos dossiês em português e inglês, visando o público internacional. Multiplicaremos as reportagens e os vídeos, com uma equipe ampliada. O jornalista Gilberto Nascimento, autor de “O Reino” (Companhia das Letras), está pilotando uma equipe de dez repórteres, fora colaboradores, entre eles o cartunista Aroeira. O coordenador de projetos do De Olho, Bruno Stankevicius Bassi, acumula também a função de coordenar uma equipe de mais quatro pesquisadores, integrados à apuração jornalística.

OBSERVATÓRIO INICIA CAMPANHA POR UMA BANCADA SOCIOAMBIENTAL

Em paralelo à produção de conhecimento, o observatório subirá ao ar uma campanha institucional por um Congresso socioambiental. Por uma Câmara com povos do campo, um Senado com defensores da agroecologia e do ambiente. Por Assembleias Legislativas com camponeses e indígenas, a pressionar governadores por políticas agrárias inclusivas, nas quais o combate à fome seja uma prioridade e a alimentação saudável seja um objetivo cotidiano.

Para isso serão divulgadas peças nas redes sociais (como essa ao lado), vinhetas e vídeos que reforcem a necessidade de eleição de uma bancada alternativa, contra-hegemônica, que faça frente à bancada ruralista e ao Centrão. Esses são os oligarcas de sempre, os atores interessados em perpetuar o Brasil como pasto do mundo, um palco de commodities historicamente associado à destruição histórica de seus biomas e à violência no campo — essa que expulsa camponeses, extingue etnias e ignora os quilombolas.

A equipe de vídeo, coordenada pela documentarista Laura Faerman, acompanhará os repórteres em algumas viagens pelo país, visando também a ampliação do núcleo audiovisual do projeto. De Olho nos Ruralistas se consolida como centro de pesquisas, além de um veículo jornalístico, e os documentários se desenham como um dos campos de expressão decisivos para que mais brasileiros entendam melhor quem atenta contra as riquezas do país e lucra com as desigualdades.

A luta por um país sem miséria e com justiça social passa pela valorização da imprensa independente — aquela que não tem compromisso com os financiadores da boiada — e pela multiplicação de observatórios, em projetos de comunicação que façam a ponte entre as pesquisas acadêmicas e o noticiário, entre estudos feitos por governos e organizações não governamentais e o público das redes sociais. Observar o agronegócio e a questão agrária no Brasil significa também mostrar outros países possíveis, para além das monoculturas, essas violências.

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