A ida de Lula à COP27 motivou alguns ambientalistas e ativistas a defender a ideia de o Brasil sediar o encontro da ONU programado para 2025, a COP30.
O Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS) encaminhou carta ao presidente eleito pedindo que o Brasil se reposicione positivamente nas negociações climáticas globais, inclusive com a organização da COP daqui a três anos.
“Nossa expectativa (proposta) é de que o vosso governo, desde já, sinalize a disposição do Brasil de sediar a COP30 em 2025, como ato político do compromisso de nossa contribuição significativa aos esforços globais para o enfrentamento da crise climática”, diz a carta apresentada a Lula e ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin. “No âmbito do regime multilateral de mudança do clima, o Brasil pode e deve resgatar o papel de liderança”. Folha e Deutsche Welle repercutiram a proposta.
É importante lembrar que o Brasil deveria ter organizado a COP25 em 2019. O então ministro do meio ambiente, José Sarney Filho, foi o principal entusiasta da ideia e conseguiu convencer o presidente Michel Temer a formalizar a candidatura do país. Quando Jair Bolsonaro assumiu a presidência, em janeiro de 2019, o governo retirou a proposta. O Chile se prontificou a assumir a organização, mas os protestos de outubro daquele ano inviabilizaram o evento. Em cima da hora, a ONU conseguiu que a Espanha assumisse a realização da COP25.
Dentro da rotação geográfica adotada pela UNFCCC, depois da COP27, a Conferência do Clima de 2023 (COP28) acontecerá nos Emirados Árabes Unidos. Já a COP29, programada para 2024, deve ocorrer no leste europeu, em país ainda não definido.
Em tempo: O Brasil de Fato antecipou que o entorno de Lula espera que a primeira nomeação ministerial do novo governo aconteça na COP27. No caso, a deputada federal eleita Sonia Guajajara é a mais cotada para assumir o futuro Ministério dos Povos Originários, prometido pelo presidente eleito durante a campanha.
