O Ministério Público Federal (MPF) confirmou que está investigando possíveis conexões entre atos de sabotagem em torres de transmissão de energia elétrica em três estados com o atentado terrorista perpetrado por bolsonaristas em Brasília no último dia 8. Até ontem (19/1), a ANEEL confirmava pelo menos 12 torres danificadas em seis linhas de transmissão nos estados do Paraná, Rondônia e São Paulo.
Em ofício encaminhado à ANEEL, o procurador Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, solicitou informações sobre os incidentes e eventuais elementos de prova.
“A apuração tem o objetivo de viabilizar a atividade coordenada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e demais instâncias de atuação do MPF na investigação de condutas relacionadas aos atos antidemocráticos”, explicou o MPF em nota.
Segundo o MPF, dois inquéritos já estão abertos na primeira instância sobre os casos: um no Paraná, para apurar a derrubada de uma torre de transmissão naquele estado, e outro em Rondônia, para averiguar ocorrências similares nos municípios de Rolim de Moura, Itapuã do Oeste e Vilhena. Agência Brasil, Estadão, g1, Metrópoles e UOL repercutiram essa notícia.
Em tempo: A BBC Brasil abordou como os atentados a torres de transmissão elétrica e outras infraestruturas de energia podem representar uma escalada perigosa no golpismo bolsonarista. Enquanto especialistas do Direito divergem sobre a possibilidade de esse tipo de ação ser considerada “terrorismo” aos olhos da legislação brasileira, estudiosos de conflitos armados e forças armadas enxergam nessa prática um exemplo de “guerra híbrida”.