Contexto do fenômeno no século XXI exige nova abordagem para analisar o que se passa nas sociedades da região. Reconfiguração dos paradigmas que caracterizavam as forças reacionárias foge do esquema convencional da direita
Por Márcia Junges, em IHU
“A direita radical contemporânea configura-se como categoria conceitual de maior abrangência e versatilidade analítica, capaz de apreender manifestações políticas que, embora compartilhem elementos autoritários e antiliberais, não derivam diretamente do legado fascista histórico”, observa a pesquisadora Tatiana Vargas Maia em entrevista concedida por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Em sua análise, “em vez da destruição formal e abrupta das instituições democráticas, a nova direita radical opera mediante uma progressiva colonização dos espaços institucionais democráticos, provocando, de forma gradual, seu esvaziamento interno”. Faz-se imprescindível uma outra estrutura analítica para estudar o fenômeno da extrema-direita no Sul Global, o que “não passa apenas pela inclusão de novos casos na discussão, mas sim por uma necessária renovação teórica e metodológica que reconheça as limitações das teorias eurocêntricas e desenvolva conceitos e abordagens capazes de apreender as complexidades políticas de sociedades marcadas por histórias, culturas e realidades socioeconômicas distintivas”. (mais…)
Ler Mais