Brasil: Eis a nova estratégia da direita

Um olhar sobre o Congresso em que políticos ultraconservadores e comandantes policiais tramaram ação conjunta na cena brasileira. Pontos centrais: intervenção internacional na segurança e carta branca a massacres na periferia, como no Rio

Por Roberta Medina e Almir Felitte, em Outras Palavras

Entre os dias 23 e 25 de outubro, apenas três dias antes da maior chacina da história recente do Brasil, foi realizada em São Paulo a “COP International 2025” (Congresso de Operações Policiais), reunindo uma grande feira de exposição de forças policiais e empresas de tecnologia de defesa e segurança, além do ciclo de debates “Fórum de Segurança Pública pelo Brasil”, patrocinado pelo Partido Progressista e a Fundação Francisco Dornelles. (mais…)

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O que revela a disputa em torno do PL Antifacção

Projeto de lei enviado pelo governo à Câmara virou campo de batalha político-eleitoral. Ultradireita tenta converter medo em capital político, Centrão age para autoproteger-se, e Planalto busca salvar o texto original. Nas redes sociais há resistência à naturalização do império do medo

Por Glauco Faria, em Outras Palavras

À altura em que esse texto foi escrito ainda não havia sido definido exatamente qual texto do Projeto de Lei Antifacção, enviado pelo governo Lula ao Congresso Nacional, seria votado na noite desta quarta-feira (12). Com uma terceira versão apresentada pelo relator, o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), a proposta estava sendo discutida por parlamentares, mas seu breve histórico (o primeiro relatório havia sido apresentado na sexta-feira, 8 de novembro) já dá um retrato das implicações políticas, eleitorais e práticas de como a questão da segurança pública será tratada até as eleições de 2026. (mais…)

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Saúde mental na democracia das chacinas

Os serviços de atendimento são precários e muitas vezes violentos. As queixas não são legitimadas. Frequentemente, resultam em diagnósticos superficiais e prescrição de remédios psiquiátricos. Como responder ao sofrimento dos que sobreviveram à barbárie?

Por Rachel Gouveia Passos e Deivisson Vianna Dantas dos Santos, em Outra Saúde

Eu fico parindo a dor do meu filho morto todos os dias, porque é a dor de um ser humano que não volta mais”: essa frase poderia ser proferida por uma das diversas mães da última chacina no Rio de Janeiro, mas aparece no livro “Na mira do fuzil: a saúde mental das mulheres negras em questão” 1. No decorrer dos capítulos desta obra é possível ler diferentes depoimentos que narram a dor e a dilaceração ocasionada pelo estado permanente de guerra, tendo a “Guerra às Drogas” a sua principal justificativa, revelando uma certa autorização social, política e econômica para o extermínio, demonstrando que o vivido no mês passado retrata mais um estado permanente de guerra do que algo pontual. (mais…)

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Combate à extrema-direita necessita anunciar um projeto de transformação social. Entrevista especial com Luis Felipe Miguel

“A emergência da extrema-direita não é compreensível sem o investimento que bilionários fizeram nela mundo afora”, afirma o cientista político

Por: Patricia Fachin, em IHU

Apesar de a extrema-direita adotar uma retórica “que segue a trilha do fascismo”, classificá-la como fascista é um “esforço para encaixar, em uma única moldura interpretativa, aquilo que é melhor descrito como sendo um conjunto variado de empreendimentos políticos”, pontua Luis Felipe Miguel na entrevista a seguir, concedida por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU. (mais…)

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O jantar da CONIB. Por Paulo Sérgio Pinheiro

O manto de uma solenidade comunitária pode esconder a farsa perigosa que une o supremacismo de um Estado estrangeiro ao projeto autoritário da extrema direita local

A Terra é Redonda

1.

A CONIB (Confederação Israelita do Brasil), principal organização do lobby sionista no país, nunca reconheceu que Israel cometeu genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza, fato já apontado pela Comissão Internacional Independente de Inquérito da ONU sobre o Território Palestino Ocupado, presidida pela ex- Alta Comissária de Direitos Humanos Navi Pillay. (mais…)

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CPI do Crime Organizado: senadores divergem sobre igualar facções criminosas a terrorismo

Relator e vice da comissão são favoráveis a classificar criminosos como grupos terroristas; presidente é contra

Por Guilherme Cavalcanti | Edição: Ludmila Pizarro, Agência Pública

Instalada na última quarta-feira, 4 de novembro, no Senado Federal, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, criada uma semana depois da maior chacina da história brasileira, ocorrida no Rio de Janeiro, tem três protagonistas. O presidente, senador Fabiano Contarato (PT-ES), o vice, senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e, por fim, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator da Comissão.  (mais…)

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Por que a imprensa se recusa a reconhecer a importância de Dilma Rousseff? Por Roberto Xavier

Há uma ironia amarga na trajetória recente de Dilma Rousseff. No exato momento em que seu nome ganha força e respeito nos circuitos da geopolítica global, ela parece cada vez mais ausente da memória e da narrativa pública brasileira.

Enquanto preside o Banco dos BRICS e se torna uma das vozes mais ativas na defesa de uma transição ecológica justa, a ex-presidenta do Brasil continua sendo tratada pela grande imprensa nacional como uma figura lateral, quase um eco de um passado político incômodo. (mais…)

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