Senador chama operação antidesmatamento no Pará de “blitz maluca”

ClimaInfo

A retomada da fiscalização ambiental na Amazônia está incomodando desmatadores e seus defensores políticos. Na semana passada, o senador Zequinha Marinho (PL-PA) participou de uma “audiência pública” em São Félix do Xingu sob o propósito de “retirar a fiscalização” da região e chamou as ações do poder público de “blitz malucas”.

Sem provas, Marinho acusou os fiscais de perseguir pequenos produtores rurais em um vídeo compartilhado nas redes sociais. “Essas blitz malucas, coisa fora do rumo, que não tem sentido, coisa feita para fazer opressão e perseguição à sociedade”.

Desde o último dia 15, o governo do Pará realiza a Operação Curupira na região de São Félix do Xingu, com o objetivo de combater o desmatamento ilegal e coibir crimes ambientais. A ação irritou proprietários de terra locais, que chegaram a convocar a “população de bem” para protestar contra os fiscais. Por conta disso, o Ministério Público Federal (MPF) decidiu acompanhar e apoiar a operação.

A cisma de Marinho com a fiscalização ambiental tem uma explicação. Bolsonarista de carteirinha, o senador é defensor público dos interesses de grileiros, desmatadores e garimpeiros no Pará. No governo passado, ele chegou a levar invasores da Terra Indígena Ituna-Itatá para uma audiência com o então vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Marinho também indicou um madeireiro com histórico de multas ambientais para a superintendência do IBAMA no Pará.

Estadão e O Liberal destacaram a irritação de Zequinha Marinho com a fiscalização ambiental no Pará. Já o site Pará Terra Boa destacou as ações antigarimpo da Curupira na APA Triunfo do Xingu.

Em tempo: A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, declarou estado de emergência ambiental em quatro mesorregiões do Amazonas por conta do risco de queimadas. De acordo com o g1, a medida vai vigorar em períodos diferentes em cada área: no sudoeste e no sul do AM, o estado de emergência será de abril a novembro; já no centro e norte do estado, entre maio e dezembro.

Marcio Nagano / OLiberal

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