O Senado Federal fechou na última 4ª feira (8/3) o comando da maior parte de suas comissões temáticas, entre elas a de Meio Ambiente (CMA). O colegiado será encabeçado nos próximos dois anos pela senadora Leila Barros (PSB-DF), com Fabiano Contarato (PT-ES) na vice-presidência.
“Nosso compromisso é com o meio ambiente. Vamos debater o que o Brasil precisa para crescer de forma sustentável”, afirmou Barros. O Correio Braziliense deu a notícia. A eleição foi simbólica com votação unânime, apesar da abstenção dos senadores alinhados ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Integrante da comissão, a ex-ministra e senadora Tereza Cristina protestou contra a exclusão dos partidos de oposição na definição dos colegiados.
A costura foi feita pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que não deu espaço para que representantes do bolsonarismo assumissem qualquer protagonismo nas comissões da Casa. O bloco opositor Vanguarda, formado por PL, PP, Republicanos e NOVO, ficou sem nenhuma presidência. A medida seria uma resposta de Pacheco à candidatura fracassada de Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado.
O argumento de Pacheco para barrar os bolsonaristas é de que o PL desafiou o PSD, dono da maior bancada no Senado, pela presidência, desrespeitando a regra da proporcionalidade. Assim, mesmo sendo um dos maiores partidos da Casa, o PL ficou de fora do comando das comissões temáticas, junto com seus aliados de bloco. CNN Brasil, Metrópoles, O Globo e Poder360 repercutiram a situação.
Em compensação, na Câmara dos Deputados, a disputa pelo comando das comissões segue acirrada. De acordo com o Valor, Arthur Lira & Cia. ainda negociam a definição dos presidentes de oito comissões – entre elas, a de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. O colegiado ambiental é cobiçado por MDB, PT e PP, além do PL, e está na mesa com outras comissões fundamentais, como a de Constituição e Justiça e de Direitos Humanos.
Pelo lado ambientalista, o nome mais cotado é o do deputado Nilto Tatto (PT-SP). Já o bolsonarismo quer emplacar um certo ex-ministro do Meio Ambiente do antigo governo, que renunciou no meio de suspeitas de envolvimento com um esquema de exploração ilegal de madeira na Amazônia. Por falar naquele-que-não-deve-ser-nomeado, o Metrópoles informou que ele colocou em seu gabinete na Câmara dos Deputados um cidadão investigado por assédio no Ministério do Meio Ambiente. David dos Santos Costa Boutsiavaras ocupou cargo de confiança no MMA durante a gestão do ex-ministro das boiadas e a de seu sucessor, Joaquim Leite, sendo exonerado em julho de 2022. A reportagem confirmou a investigação, mas não conseguiu identificar qual tipo de assédio teria sido cometido.
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Waldemir Barreto/Agência Senado