Presidente do banco, Aloizio Mercadante, defende que Brasil desenvolva um projeto para recuperar 50 milhões de hectares na Amazônia e ser pago por serviços florestais.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, disse que o banco estuda um programa de incentivo ao reflorestamento de até 50 milhões de hectares da Amazônia. Ele sugeriu que o plano seja parte de uma “proposta ambiciosa” para que o Brasil seja o primeiro entre as grandes economias a zerar as emissões de gases do efeito estufa. O prazo e as condições do projeto, contou ele, ainda estão em estudo.
A proposta seria recuperar florestas com o plantio misto de árvores produtivas e nativas e viabilizada com recursos internacionais no pagamento de serviços florestais, explica a Folha. Segundo Mercadante, o programa poderia ser desenhado pela EMBRAPA e começar pelas terras devolutas, informa O Globo.
Com isso, ainda segundo o presidente do BNDES, o país conseguiria retirar 600 milhões de toneladas de carbono da atmosfera, relatam Estado de Minas e BNC Amazonas. “Vamos atingir não só a nossa meta, como contribuir decisivamente para o planeta como nenhum outro projeto com esse alcance”, ressaltou.
Para Mercadante, o Brasil deve trabalhar para ser o primeiro país do G20 – grupo das 20 maiores economias do mundo – a zerar as emissões de carbono, informam Valor, Agência Brasil, Brasil 247 e Diário de Pernambuco. Ele sugeriu que o grupo deve colocar “a efervescência da crise climática” no centro das discussões e defendeu que o governo brasileiro apresente proposta ambiciosa já na COP28, em novembro, e na próxima assembleia das Nações Unidas.
Mercadante falou no seminário “Thinking 20”, no Rio de Janeiro, na 3ª feira (29/8). O seminário debateu propostas para a agenda de trabalho das reuniões do G20 em 2024, ano em que o Brasil assume a presidência do grupo e será o anfitrião do encontro que vai acontecer em novembro, na capital Fluminense.
O economista norte-americano Jeffrey Sachs, professor da Universidade de Columbia, foi um dos convidados do “Thinking 20”. Sachs destacou a importância dos investimentos para a Amazônia e afirmou que os países ricos deveriam investir bilhões de dólares para ajudar o Brasil a salvar a floresta.
Em tempo: O diretor de concessões do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), do Ministério do Meio Ambiente, Renato Rosenberg, disse que a meta do governo para concessão de recuperação de florestas é de 100 mil hectares nos próximos três anos. A União tem muito mais terras que foram desmatadas na região amazônica, mas o objetivo é começar por Parques e Florestas Nacionais, que não são alvo dos conhecidos problemas fundiários da região, para testar o modelo e depois expandir o programa, explica Rosenberg em entrevista ao Capital Reset.
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Fernando Frazão/Agência Brasil