Operação Tapunhas reuniu agentes da PF, FUNAI e Força Nacional para conter e reprimir a invasão da borda norte da TI, em Governador Jorge Teixeira.
Cerca de 50 invasores foram retirados da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, em Governador Jorge Teixeira (RO), no fim de semana. Oito barracões/tendas montados pelos criminosos foram inutilizados. Além disso, o líder das invasões, cujo nome não foi revelado, foi preso em flagrante por contrabando de produtos veterinários.
A desintrusão integrou a Operação Tapunhas, que reuniu Polícia Federal, Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) e FUNAI. Os 26 policiais federais, 20 agentes da FNSP e quatro servidores do órgão de proteção aos Povos Indígenas atuaram em duas frentes. Na TI, expulsaram os invasores; e nas cidades de Governador Jorge Teixeira e Theobrama, cumpriram mandados de busca e apreensão, detalha o R7.
Segundo a FUNAI, além das construções ilegais, os suspeitos tinham iniciado a demarcação de lotes na TI Uru-Eu-Wau-Wau com a intenção de distribuí-los para ocupação. Os invasores confirmaram às autoridades que queriam assentar famílias de agricultores no local, segundo o g1. E também abriram diversos acessos ao território e extraíram madeira e outros produtos florestais de forma ilegal.
Na semana passada, a fundadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Ivaneide Bandeira, mais conhecida como Neidinha, denunciou as invasões. Neidinha relatou que os invasores ameaçavam entrar na área há um tempo, mas que não era a primeira vez que eles invadiam a TI ou outras Áreas Protegidas.
A ativista contou temer um conflito, já que os invasores estavam muito próximos das regiões onde vivem os indígenas. Dentro da TI Uru-Eu-Wau-Wau vivem cerca de nove Povos Indígenas, a maioria deles isolados.
Em tempo 1: O MPF deu dez dias para que a Aeronáutica, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a PF informem quais medidas adotaram contra o tráfego aéreo de garimpeiros ilegais no Amazonas e em outros estados da Região Norte. Segundo o Amazonas Atual, a solicitação foi feita após relatos de “inúmeras pistas de pouso clandestinas nos estados da Amazônia Ocidental, a maioria destinada a viabilizar o transporte de insumos para os garimpos e a facilitar o escoamento dos recursos minerais extraídos ilegalmente”. Diversos inquéritos policiais apontaram utilização de aeronaves privadas, aeródromos e pistas de pouso clandestinas, com atuação de pilotos de aeronaves, em suporte às atividades de garimpo ilegal, inclusive no interior de Terras Indígenas.
Em tempo 2: O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (IDEFLOR-Bio) é o órgão do governo estadual responsável por proteger e cuidar da Floresta Estadual (FLOTA) do Paru, no oeste paraense. A FLOTA está sendo explorada por mais de 2 mil garimpeiros, em cerca de 100 frentes de extração de ouro, e abriga 41 pistas de pouso, todas clandestinas, segundo apurações de órgãos do governo e organizações ambientais que integram inquérito civil instaurado pelo Ministério Público Federal (MPF). No entanto, segundo o InfoAmazonia, o IDEFLOR-Bio, que deveria combater esse crime, deu assentimento para legalizar a mineração dentro da Unidade de Conservação. Em junho de 2023, uma liberação para mineração de ouro foi cedida à empresa Mineração Carará, do empresário Eduardo Ribeiro Carvalho Pini, apontado pela investigação do MPF como dono de áreas de garimpos ilegais em atividade na FLOTA. O documento foi assinado pelo presidente do IDEFLOR-Bio, Nilton Pinto, e apresentado para obtenção do licenciamento ambiental dentro da área protegida, que ainda aguarda análise da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
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PF