Projeto Dandara promove a diversificação da produção agroecológica em assentamentos do MST

As famílias dos assentamentos Dandara e Reunidas, em Promissão/SP, se reuniram nos últimos dias 08 e 09 de fevereiro para a implantação de 1,5 hectares de Sistema Silvipastoril

Da Página do MST

As famílias dos assentamentos Dandara e Reunidas, em Promissão/SP, se reuniram nos últimos dias 08 e 09 de fevereiro para a implantação de 1,5 hectares de Sistema Silvipastoril, destinado à produção de pastagens para gado de leite, em meio a espécies arbóreas nativas e madeireiras. Os sistemas foram planejados junto às famílias integrantes do “Projeto Dandara: transição agroecológica em territórios de reforma agrária”, e Replantando Águas com agrofloresta na Noroeste Paulista, uma parceria do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Cooperativa dos Produtores Campesinos (COPROCAM), WeForest, Fundo Casa, AES Brasil e o Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão em Educação e Conservação Ambiental da Universidade de São Paulo (NACE-PTECA/USP).

Desde 2022, o projeto já promoveu o planejamento e a implantação de aproximadamente 14 hectares de Sistemas Agroflorestais (SAF) biodiversos e agroecológicos, juntamente com a capacitação de 20 famílias. Os SAFs são planejados coletivamente e baseiam-se nas vocações produtivas locais, nos desejos e demandas das famílias assentadas, consorciando espécies frutíferas, café, palmito pupunha, agrícolas anuais e, mais recentemente, pastagens, com espécies arbóreas nativas, madeireiras e adubação verde.

Considerando também as atividades de restauração ecológica de APP e RL, mais de 50.000 mudas de árvores já foram plantadas nos assentamentos em Promissão, com os objetivos de aumento da agrobiodiversidade e dos serviços ecossistêmicos nos territórios de reforma agrária, favorecendo o desenvolvimento de agroecossistemas mais sustentáveis, produtivos e resilientes.

O Sistema Silvipastoril é uma inovação popular do Projeto Dandara para a recuperação das pastagens da região e aumento da oferta de alimento de qualidade para o gado, auxiliando as famílias produtoras especialmente em períodos de seca. Dezessete espécies nativas, entre elas, ingá, barú, jatobá, jequitibá, canafístula, angico, cedro, jacarandá, entre outras, foram consorciadas com eucalipto, moringa e gliricídia, em linhas duplas de árvores, intercaladas com 15 metros de pastagem, nas quais foram semeados o capim mombaça, estilosantes e feijão guandu.

Nesse sistema integrado de espécies arbóreas com pastagens, as árvores oferecem alimento e sombra para o gado, ao mesmo tempo em que permitem maior fertilidade dos solos e do microclima das pastagens, além de produtos madeireiros para uso no lote ou comercialização. As árvores oferecem ainda alimentação, frutos, néctar e abrigo para a fauna silvestre, fortalecendo as relações ecológicas da biodiversidade local. O feijão guandu auxilia na descompactação do solo e, juntamente com os estilosantes nas pastagens, oferecem alimentação com maiores teores de proteínas, complementando assim a dieta animal baseada no capim mombaça.

Atividades de mutirão de implantação e manejo de SAFs são regularmente realizadas pelas famílias do projeto. São atividades abertas para a participação de agricultores, estudantes, técnicos e público em geral que se interessa por agroecologia, sistemas agroflorestais e reforma agrária. Fique atento para mais informações e divulgações nas páginas do NACE-PTECA e COPROCAM.

*Editado por Carolina Sisla

Agricultores se reúnem para a implementação de novas mudas. Foto: Andréia Lopes

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