Projeto realizado em parceria com o Centro de Direitos Reprodutivos de Bogotá contou com a participação de mais de 40 pesquisadores, incluindo movimentos sociais. Produtos incluem um relatório e um almanaque
Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
Dentre os diversos efeitos que os agrotóxicos causam na saúde humana, um conjunto deles provoca especial preocupação: os efeitos relacionados à saúde reprodutiva. Isso porque afetam não só as pessoas diretamente expostas aos agrotóxicos, mas também as futuras gerações; pessoas que nem nasceram ainda podem sofrer os efeitos pela exposição dos pais.
Entre os diversos efeitos negativos dos agrotóxicos na saúde reprodutiva, destacam-se a infertilidade, abortos, baixo peso ao nascer, prematuridade, malformação congênita, atrasos no desenvolvimento neurológico e cognitivo e o câncer infantojuvenil. Todos esses efeitos já possuem ligação comprovada com a exposição aos agrotóxicos.
Nesta segunda-feira (29), a Abrasco deu um importante passo científico na luta pelo banimento dos agrotóxicos que causam estes efeitos. Foram lançados o relatório “Saúde Reprodutiva e a Nocividade dos Agrotóxicos” (baixe aqui), documento científico robusto caracterizando e reunindo evidências sobre estes problemas, e o almanaque “4 Lições: As mulheres semeiam a vida, os agrotóxicos destroem a saúde reprodutiva humana e o ambiente” (baixe aqui).
Para Alan Tygel, da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, o lançamento do material reforça a parceria histórica da Campanha com a Abrasco: “Desde o lançamento do Dossiê Abrasco sobre impactos dos agrotóxicos na Saúde, a Abrasco vem produzindo importantes subsídios para os movimentos sociais na luta contra os agrotóxicos e contra o modelo perverso do agronegócio. O relatório e almanaque sobre os efeitos na saúde reprodutiva são mais um passo nessa história de luta e resistência.”
Ainda segundo Alan, a pesquisa reforça a relação dos agrotóxicos com os efeitos na saúde das mulheres: “Sempre soubemos dos impactos específicos dos agrotóxicos na saúde e na vida das mulheres; contudo, esta publicação traz um salto de qualidade em nossos subsídios, e insere definitivamente a questão dos agrotóxicos no âmbito da luta feminista”.
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Foto principal (Reprodução): monoculturas atraem agrotóxicos e impactam trabalhadores rurais
Enviada para Combate Racismo Ambiental por Diogo Rocha.