Dados climáticos apontam para situação preocupante nos níveis dos rios locais. A seca no Amazonas está prevista para os próximos meses
Por Redação RBA
O Amazonas emitiu um alerta de estiagem para o próximo período que pode ser tão severo quanto a seca de 2023, uma das maiores da história. O governo estadual divulgou um comunicado baseado no último boletim hidrológico da Bacia do Amazonas. O estudo contou com realização do Serviço Geológico do Brasil (SGB), destacando que a situação dos rios é crítica.
O cenário se soma à estiagem que promete atingir o Pantanal a partir dos próximos meses. O alerta vale também para outras partes do país. Isso porque o sistema do El Niño, que implicou em um grande volume de chuvas no último ano, cessou. Agora em neutralidade, a tendência é de que o La Niña se instalará. Trata-se de um fenômeno meteorológico oposto. Visto que o El Niño foi um dos mais severos da história, existe a preocupação sobre como virá sua contrapartida.
Seca no Amazonas
Atualmente, o Rio Negro em Manaus está em ascensão, atingindo a marca de 25,7 metros. Apesar de o pico da enchente ser esperado para junho, dentro da normalidade, a preocupação recai sobre o período de estiagem que se aproxima. Os baixos índices de precipitação previstos até julho nas cabeceiras dos rios Juruá, Purus e Madeira sinalizam uma ameaça de seca em todo o estado.
A Defesa Civil do Amazonas orienta a população a se preparar para a estiagem. Francisco Máximo, secretário do órgão, recomenda que os moradores façam estoque de água, alimentos e medicamentos. Além disso, o poder público vai disponibilizar locais para abrigar famílias que precisarem deixar suas casas devido ao isolamento causado pela seca.
Os dados do governo indicam que os níveis dos rios em todas as calhas do Amazonas estão abaixo da média esperada para esta época do ano, comparado a anos anteriores. Em Manaus, o Rio Negro apresenta níveis mais baixos do que os registrados no mesmo período do ano passado, sugerindo uma estiagem potencialmente mais intensa em 2024.
Resposta
Em resposta à situação, o governo do Amazonas anunciou recentemente a emissão de licenças ambientais para a dragagem em quatro trechos de rios. Este trabalho será de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), e visa a remover sedimentos do fundo dos rios para facilitar a navegação e evitar o encalhe das embarcações quando os níveis de água baixarem.
Outras medidas urgentes são consideradas para mitigar os efeitos da seca, incluindo a manutenção de portos e aeroportos, soluções para garantir o acesso à água potável e ações para evitar o desabastecimento de combustíveis e produtos essenciais.
Além das ações estaduais, o governo federal está empenhado na região. Desde que iniciou seu mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderou ações contra o desmatamento e o garimpo ilegal na região. Como resultado, conseguiu reverter os índices de destruição recordes registrados durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Contudo, mais ações serão necessárias, em um esforço conjunto e estratégico, alertam especialistas.
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Imagem: Jader Souza/Assembleia Legislativa de Roraima