‘Conteúdo perturbador’: jornal The Guardian decide não publicar mais no X

Segundo veículo, plataforma promove teorias de conspiração da extrema direita e racismo

No Opera Mundi

O jornal britânico The Guardian anunciou nesta quarta-feira (13/11) que deixará de realizar publicações na plataforma X, de Elon Musk, por meio de suas contas oficiais. Em comunicado oficial aos leitores, o veículo justificou a decisão afirmando que verifica na rede social mais “aspectos negativos” do que positivos, além de um “conteúdo frequentemente perturbador” incluindo teorias de conspiração da extrema direita e racismo.

“Queríamos informar aos leitores que não publicaremos mais em nenhuma conta editorial oficial do Guardian no site de mídia social X”, disse o jornal, que possui mais de 80 contas na plataforma, somando aproximadamente 27 milhões de seguidores.

“Isso é algo que temos considerado há algum tempo, dado o conteúdo frequentemente perturbador promovido ou encontrado na plataforma, incluindo teorias da conspiração de extrema direita e racismo”, acrescentou.

O veículo também apontou que a decisão foi tomada especialmente após a cobertura do site sobre as eleições presidenciais dos Estados Unidos, nas quais o republicano de extrema direita Donald Trump saiu vitorioso e contou, inclusive, com o respaldo de Musk.

“A campanha eleitoral presidencial dos EUA serviu apenas para reforçar o que consideramos há muito tempo: que X é uma plataforma de mídia tóxica e que seu dono, Elon Musk, tem sido capaz de usar sua influência para moldar o discurso político”, explicou.

Grupos de campanha contrários aos discursos de ódio e a União Europeia já criticaram Musk a respeito das tendências dos conteúdos que circulam na plataforma desde que o bilionário comprou a mídia em 2022, no valor de US$ 44 bilhões.

Musk, também dono da Tesla e um autodeclarado “absolutista da liberdade de expressão”, chegou a restabelecer contas banidas por conteúdos golpistas e tendenciosas, incluindo como as do teórico da conspiração Alex Jones, do influenciador misógino Andrew Tate e do ativista britânico de extrema direita Tommy Robinson.

No entanto, o Guardian informou que seus leitores ainda podem compartilhar seus artigos e reportagens no X, e que, quando necessárias, postagens na plataforma também podem ser incorporadas em suas reportagens de notícias ao vivo. Os jornalistas, sobretudo repórteres, também seguirão usando a mídia para apurações. Ou seja, embora as contas oficiais do veículo estejam se retirando do X, não haverá restrições para seus funcionários.

“A mídia social pode ser uma ferramenta importante para organizações de notícias e nos ajudar a alcançar novos públicos, mas, neste momento, o X agora desempenha um papel diminuído na promoção do nosso trabalho. Nosso jornalismo está disponível e aberto a todos em nosso site e preferimos que as pessoas acessem o theguardian.com e apoiem nosso trabalho lá”, declarou o Guardian.

 

 

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